Licitação da Petrobras somente com grupos estrangeiros vai trazer desemprego para cerca de 300 mil trabalhadores e prejuízos à indústria nacional
Causou-nos estranheza e indignação a decisão da Petrobras em publicar um edital de licitação para contratar blocos destinados à construção dos equipamentos da indústria naval no País através de grupos estrangeiros, proibindo, arbitrariamente, a participação de empresas brasileiras nos serviços.
Vale ressaltar que esta nefasta e desastrosa medida da Petrobras pode representar a demissão imediata de cerca de 100 mil trabalhadores da indústria naval, que se somam aos 200 mil empregos indiretos na cadeia produtiva.
Esta medida da direção da Petrobras é um verdadeiro boicote à indústria nacional. Entendemos que os desmandos ocorridos na Petrobras devem ser apurados, e os envolvidos punidos no rigor da Lei. Ajustes devem ser feitos. Agora, o que não podemos é penalizar os trabalhadores e acabar com a possibilidade de melhora, com o desenvolvimento da indústria nacional e com o fortalecimento do conteúdo nacional devido aos problemas ocorridos na maior empresa brasileira.
Os sindicatos ligados aos setores envolvidos, e que representam os terceirizados da Petrobras, realizarão, no início da próxima semana, uma reunião para discutir a postura da Petrobras, que configura um início de estrangulamento na melhora da indústria naval e do fortalecimento deste importante setor.
A reunião também irá debater o início de um processo de mobilização com diversos sindicatos para protestar contra a decisão da empresa. É importante destacar que os dirigentes não descartam uma greve geral no setor.
A retirada das empresas brasileiras dos editais atenta contra o objetivo da criação de empresas competitivas e geradoras de tecnologias. Portanto, é totalmente desfavorável aos interesses do País.
Direção Nacional da Força Sindical