O que era para ser um momento de debate sobre o futuro, o governo vai conseguindo transformar em tensão no presente.
Considerando que direitos trabalhistas e previdenciários seguem sob ameaça do governo, em nome do ajuste fiscal, as seis centrais sindicais brasileiras acabaram de emitir nota conjunta em que afirmam que não irão admitir novos retrocessos em conquistas, como as impostas pela equipe econômica, no início do ano, em torno do acesso e da duração do seguro-desemprego.
Assinada por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB, o conteúdo da nota deixa claro que, se o governo sair do script original proposto para o fórum, haverá muita confusão. “Se vierem com discussão de perdas, nos retiramos para fazer o enfrentamento com esse governo que não sabe fazer um diálogo sério com o movimento sindical”, adiantou o presidente da Força, Miguel Torres, ao BR:
Nota das Centrais Sindicais referente ao Fórum de Debates
sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social
No próximo dia 2 será instalado, em Brasília, o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, conforme decreto presidencial de 30 de abril de 2015, do qual fazem parte representantes do governo federal, das Centrais Sindicais e das Confederações patronais.
Vale ressaltar que o Fórum é uma importante oportunidade de diálogo, como forma de fortalecer a democracia, formular e pactuar compromissos com o desenvolvimento do País. Agora, não permitiremos ataques aos direitos e tentativas de mudanças que prejudiquem a classe trabalhadora.
Propomos, portanto, que o Fórum priorize o tratamento das propostas visando a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos e renda com foco nos seguintes temas:
• Combate à inflação;
• Redução da taxa de juros;
• Aumento do investimento público e privado em infraestrutura econômica e social;
• Defesa do emprego e do poder de compra dos trabalhadores;
• Política cambial que incentive a produção e a competitividade do produto nacional, especialmente o industrial;
• Investimentos na qualidade da educação;
• Ciência, tecnologia e inovação para agregar valor à produção de bens e serviços;
• Fortalecimento do Ministério do Trabalho e Emprego, visando o incentivo ao diálogo e melhorias na fiscalização;
• Fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas;
• Consolidação do mercado interno de consumo de massa;
• Fortalecimento e estímulo da participação competitiva do Brasil.
Além disto, o Fórum deve responder aos objetivos de desenvolver medidas que aprimorem o sistema de relações de trabalho e fortaleçam a negociação coletiva, e desenhar uma política previdenciária de longo prazo.
CUT – Vagner Freitas
Força Sindical – Miguel Torres
UGT – Ricardo Patah
CTB – Adilson Araújo
Nova Central – José Calixto Ramos
CSB – Antonio Neto