Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Economia

Nota critica aumento da taxa Selic

“Mais uma vez o governo optou por aumentar a taxa Selic na tentativa de combater a inflação. Ele repete o script que o Brasil assistiu muitas vezes (nona alta consecutiva desde abril do ano passado), e descumpre o que defendeu antes, ou seja, sua promessa desenvolvimentista de que teria como consequência um Pibão.

Rifa a economia, com um resultado pífio da produção industrial (que ficou em 0,4% no mês de fevereiro, comparando com janeiro), e já produz desdobramentos negativos no emprego e nas negociações coletivas. Segundo balanço das negociações salariais em 2013, divulgado pelo Dieese, o aumento real médio obtido nas negociações foi de 1,52%.

Neste cenário, os trabalhadores ficam em uma encruzilhada. Se, por um lado, eles perdem com a inflação, por outro perdem com os juros altos. São obrigados a reduzir o consumo e, no geral, têm dívidas a serem quitadas arcando com juros exorbitantes. Em fevereiro, a taxa média anual dos juros para pessoa física ficou em 97,16%, segundo a Anefac(Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Vale lembrar que o governo, em muitos momentos, estimulou o consumo e indicou que o caminho seria o crescimento da economia. Mas agora, por medo da inflação, implementa uma política anticíclica, que coloca os juros básicos em patamares superiores daqueles registrados no final do governo Lula (10,75%) imobilizando a economia do País e deixando bem claro que está pagando para ver.

No final, o que fica evidente é que o governo mantém esta situação para salvar a sua pele nas eleições, e, no final, serão os trabalhadores/eleitores que pagarão a conta desta política equivocada.

Mas, nas eleições, o tiro pode sair pela culatra, porque é justamente o trabalhador quem mais sente na pele os efeitos nocivos desta política”.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos)