LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) divulgou ontem estudo que mostra que, no pior cenário, 1,126 milhão de pessoas podem ficar desempregadas neste ano.
O estudo usou três parâmetros para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2009: 1%, 2,5% e 4%. O documento ressalta que os três valores foram atribuídos arbitrariamente, pois “não existem parâmetros precisos para aferir o grau de contaminação da economia brasileira com a crise internacional”, mas que os números são compatíveis com as “transformações recentes na economia”.
Com crescimento de 1%, seriam gerados 320 mil novos postos de trabalho. A previsão é que 1,4 milhão de pessoas entrem no mercado em 2009, o que deixaria 1,126 milhão sem emprego.
Na simulação de crescimento de 2,5%, seriam criados 800 mil empregos, deixando de fora do mercado 806 mil trabalhadores. Na melhor das previsões, com o PIB de 4% -quando seria gerado 1,3 milhão de vagas-, ainda ficariam desempregadas 154 mil pessoas.
“Crescer 4% não será suficiente para combater o desemprego”, disse o presidente do Ipea, Márcio Pochmann. Pelas simulações, a taxa de desemprego em 2009 ficaria entre 7,7% e 8,6%. Para 2008, o número é de 7,6%.
Juros
Pochmann defendeu o corte de 4 a 5 pontos percentuais na Selic. Segundo ele, as medidas adotadas pelo governo contra a crise ajudaram a evitar “o pior”, mas não foram suficientes por causa da alta taxa de juros.
O presidente do Ipea disse não haver justificativa de que é preciso manter altas taxas de juros para conter a inflação, pois o cenário é de redução de preços.
Ontem foi o primeiro dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
A decisão será anunciada hoje, após o encerramento dos mercados financeiros.