Marli Lima, de Curitiba
A semana foi de negociações em Curitiba (PR). Cerca de 3 mil empregados da unidade da Bosch, que ficaram em licença por dez 10 dias e fizeram paralisação de mais 48 horas – para exigir estabilidade e indenizações maiores a 826 pessoas dispensadas dia 18 -, voltaram ontem ao trabalho, após contraproposta feita pela empresa.
A montadora Volvo, que em dezembro dispensou 430 pessoas, acerta detalhes para a suspensão temporária (lay-off) de até 300 trabalhadores, em função da queda na venda de caminhões.
A proposta anterior da Bosch previa pagamento de um salário e meio para os demitidos que tinham até 15 anos de casa, dois salários para os que trabalharam de 15 anos a 20 anos e dois salários e meio para os que haviam sido contratados há mais de 20 anos.
Após pressão do Sindicato dos Metalúrgicos, a empresa acrescentou meio salário para cada uma das faixas e comprometeu-se a não fazer “dispensas imotivadas” por 90 dias.
“Esta garantia está vinculada à aplicação de esforços conjuntos da empresa e do sindicato para a instituição de banco de horas como mecanismo de flexibilização do trabalho, frente à eventual agravamento da conjuntura econômica”, informa a empresa.
O presidente do sindicato, Sérgio Butka, diz que, de janeiro de 2008 até agora, cerca de 1,7 mil pessoas foram dispensadas pela Bosh em Curitiba.
Sobre a Volvo, Butka afirma que as negociações devem evoluir para a suspensão de contrato. A montadora, que possui 2,5 mil empregados no Paraná, busca alternativas para enfrentar a queda na produção A exportação de caminhões para a Argentina caiu 60%.