Só no fim dos anos 90 que a cidade ganhou outro setor industrial que mexeu com a economia. A Iveco, a fábrica de caminhões e ônibus da Fiat, se instalou na cidade e atraiu uma cadeia de fornecedores de empresas de autopeças. Em seguida vieram uma fábrica da Ambev e uma cimenteira da Brennand. Bombril, Itambé e Elma Chips são algumas das outras grandes fábricas da cidade. Mas até 2008, o setor de gusa continuava sendo o responsável pela maior parte da arrecadação da cidade.
Quando a crise financeira estourou no fim daquele ano, Sete Lagoas não demorou a sentir os efeitos. Uma a uma as usinas foram vendo sua demanda diminuir. Dos cerca de 5.500 funcionários que as usinas tinham 4.000 foram para a rua. A cidade tem 230 mil habitantes. “A arrecadação de 2009 foi menor que a de 2008. Tivemos de eleger prioridades”, lembra o prefeito Mário Márcio (PSDB), que vivia então seu primeiro ano de mandato.
“Tínhamos de diminuir os gastos com cargos comissionados, mas não pedíamos diminuir muito porque já tínhamos 4 mil trabalhadores na rua”, lembra ele. Isso sem falar no efeito cascata. Borracharias, oficinas mecânicas, produtores e vendedores de carvão e todos os que tinham seus negócios ligados ao gusa fecharam as portas ou ficaram menores.
O drama só não foi maior porque muitos trabalhadores que perderam emprego foram absorvidos pela construção civil, pela Brennand e pelas frentes de trabalho da prefeitura. Apesar de contar com outros setores, a cidade ainda tem uma ligação estreita com o gusa. “O baque da crise tem reflexo ainda hoje”, diz o prefeito. (MMS)