Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Montadoras retomam as contratações

 

Setor recrutou 300 trabalhadores em julho, após oito meses de demissões

 

CLEIDE SILVA, cleide.silva@grupoestado.com.br

 

O nível de emprego nas montadoras instaladas no País dá o primeiro sinal de recuperação. Em julho, o segmento de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), responsável por 88% das vagas no setor, abriu cerca de 300 postos, revertendo assim oito meses seguidos de queda no número de funcionários.

 

Ainda fora das estatísticas oficiais do setor, quatro montadoras abriram a partir do mês passado perto de 2 mil vagas que devem melhorar os dados de emprego nos próximos meses. Quando os reflexos da crise internacional começaram a ter impacto no País, em outubro, o setor empregava 131,7 mil trabalhadores. Em junho, tinha 119,5 mil, ou 12,2 mil a menos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Desse total, 105 mil operam nas fábricas de veículos e 14,4 mil nas de máquinas agrícolas.

 

No mês passado, as contratações anunciadas pelas fabricantes começaram a aparecer no índice oficial da Anfavea, que será divulgado hoje. As contratações ocorreram nas linhas de veículos, pois o segmento de máquinas agrícolas, que compõe os 12% restantes da mão de obra do setor, segue reduzindo seu quadro de funcionários. Contratações e demissões levam algum tempo para aparecer no índice da Anfavea, pois as empresas aguardam todo o trâmite burocrático para repassar os dados à entidade.

 

Entre junho e julho, por exemplo, a Volkswagen anunciou 380 contratações temporárias (por prazo médio de um ano), além de efetivar funcionários cujos contratos venceram no período. Há expectativas de que mais 600 profissionais sejam recrutados até o fim do ano.

 

Os números serão ainda melhores depois dos anúncios ocorridos na semana passada. Só o grupo Hyundai/Caoa está selecionando 950 trabalhadores para o início da produção do utilitário-esportivo Tucson na fábrica de Anápolis (GO).

 

A Renault/Nissan também está contratando 600 funcionários para ampliar sua produção diária em São José dos Pinhais (PR) em quase 40%.

 

A General Motors, que não renovou o contrato de 1,6 mil funcionários temporários vencidos no primeiro trimestre, chamou 50 deles de volta. A Ford também acaba de efetivar 40 vagas temporárias.

 

O início de corte de postos de trabalho nas montadoras, a partir de novembro, ocorreu após 22 meses seguidos de contratações. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) deu novo ânimo ao mercado interno, que este ano deve bater recorde e atingir venda de 3 milhões de veículos.