Eduardo Laguna, de São Paulo
A produção da indústria automobilística brasileira bateu recorde histórico no último mês de IPI reduzido, em março, com 330,98 mil veículos, uma expansão de 20,3% em relação ao mesmo mês do ano passado (275,14 mil unidades). Na comparação com fevereiro de 2010, quando foram registradas 249,8 mil unidades, o crescimento foi 32,5%.
Mas as perspectivas a partir de agora são menos otimistas. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, disse que as siderúrgicas já anunciaram às montadoras aumento no preço do aço, na esteira de reajustes próximos a 100% no minério de ferro, um dos insumos mais importantes da cadeia. Segundo ele, o impacto no custo de produção de carros dependerá das condições de negociação e das estratégias de produção de cada montadora. Ele lembrou que a negociação se dá de forma individual.
O executivo, no entanto, não informou qual aumento foi sinalizado pelas siderúrgicas. “Pode haver um impacto importante no custo de produção”, afirmou Schneider. Ele acrescentou que alguns aumentos de preços de produtos siderúrgicos já chegaram aos fornecedores de autopeças.
No primeiro trimestre, foram produzidos 826,67 mil veículos no país, o que significa uma ampliação de 24,4% perante igual intervalo do ano anterior (664,44 mil unidades). O nível de emprego nas montadoras ficou em 127,76 mil pessoas em março, alta de 0,8% em relação ao mês imediatamente anterior. As vendas internas também alcançaram a marca recorde de 353,7 mil unidades.
Conforme o presidente da Anfavea, com o fim do IPI reduzido no mês passado, a tendência é de uma acomodação nos volumes comercializados durante abril e maio, com uma retomada aguardada para junho. Com a forte demanda no mês passado, os estoques de veículos na indústria e concessionárias recuaram para um giro de 18 dias de vendas, bem abaixo dos 35 dias registrados em fevereiro.