Vivian Costa
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, afirmou que a direção da GM (General Motors) está irredutível em renovar os 1.633 funcionários temporários. “Não considero esta reunião a última, vamos tentar todos os artificios para conseguir reverter esta situação”, afirmou.
O sindicalista disse que o executivo da montadora norte-americana está deixando claro que a normalidade da produção da empresa está ligada diretamente a prorrogação da redução do IPI (Imposto Sobre Produto Industrializado) que deveria acabar no dia 31.
A prorrogação ainda é tema de discussões na Esplanada dos Ministérios. A área econômica do governo federal resiste a idéia da prorrogação, notadamente o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Posição oposta assumiu o ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge, ex-executivo da Volkswagen.
O presidente da GM no Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, havia afirmado, durante lançamento do Vectra V3 esta semana, disse que apesar de defender a redução, não a vê como melhor saída para um cenário de crise de vendas.
REUNIÃO – Cidão disse que – durante a reunião que aconteceu ontem para discutir a situação dos temporários que estão de licença remunerada desde 19 de janeiro – sentiu que o presidente da GM informou que o planejamento de mercado para a montadora este ano, deve voltar aos patamares de 2007. “Todos nós estamos vendo como a redução do IPI tem ajudado a vender mais carros novos. Por isso, acho que a prorrogação do imposto pode ajudar a manter até os empregos dos efetivos. Ainda temos esperança de voltarmos a mesa de negociação se o cenário mudar”, comentou.
O dirigente sindical comentou ainda que alguns funcionários ligaram para a entidade para reclamar que o serviço na linha de produção está muito puxado, devido à diminuição no número de trabalhadores. “Levamos este argumento e vários outros para a mesa de negociação, mas mesmo assim não sensibilizamos. A montadora ainda colocou 300 funcionários efetivos de licença remunerada durante este mês. Não dá para entender?”, questionou. E disse ainda, “se tivermos certeza de que os trabalhadores estão sendo prejudicados deveremos parar a fábrica, porque não é justo fazer economia nas custas deles.”
Metalúrgicos assinam novos acordos para manter postos
Do Diário do Grande ABC
A Ifer, metalúrgica de Diadema, demitiu 120 funcionários – de um total de 369 – no começo da semana. Somente depois da manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa abriu negociações para tentar encontrar alternativas às dispensas.
O primeiro encontro aconteceu ontem, porém não houve avanço nas negociações e uma nova reunião foi agendada para hoje. “Queremos construir mecanismos que evitem essas demissões, da mesma forma como temos feito junto a outras empresas que alegam dificuldades por causa da crise”, disse David Carvalho, coordenador de Diadema.
ARTEB – A maioria dos 1.368 trabalhadores da Arteb, em São Bernardo, rejeitou, em plebiscito, a proposta da empresa de redução da jornada com redução de salário, sem qualquer compensação. “Alertamos a todo instante que proposta desse nível não seria aprovada pelos trabalhadores horistas e mensalistas”, disse Moisés Selerges, coordenador de base de São Bernardo.
O diretor questiona que a Arteb tenha pretensões de reduzir jornada neste momento em que a indústria começa a dar sinais de retomada de crescimento. “O ideal é a empresa acreditar na economia brasileira, que é uma das mais estáveis do mundo, e manter o emprego e o salário de todos”, concluiu.