Auris Sousa
Assembleia na Zoppas
Depois das fábricas de Cotia, Vargem Grande Paulista, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, a pressão contra a reforma da Previdência chegou nesta quinta-feira, 9, às metalúrgicas de Alphaville, Barueri, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus. Companheiros de empresas, como Adelco, Zoppas, Wap Metal, Rossini e JL Capacitores, mostraram que os metalúrgicos vão lutar contra a retirada de direitos.
A ação, que faz parte do mutirão de assembleias contra a reforma, é organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, que tem orientado os trabalhadores nas portas das fábricas a defender seus direitos. “Se vocês não lutarem pelo que é de vocês, ninguém mais vai. Então temos que nos organizar e mostrar para este governo que não vamos aceitar esta reforma. Vai vim muita luta pela frente”, enfatizou o diretor do Sindicato Gilberto Almazan.
Graças à mobilização em frente as fábricas, os metalúrgicos têm tomado cada vez mais consciência de que a reforma proposta pelo governo Temer só prejudica os brasileiros. Para o Sindicato, as mudanças ameaçam o direito à aposentadoria e as garantias da seguridade social. “Esta reforma nos coloca a urgência da organização para enfrentar todas essas ameaças. Elas estão aí, vindo em ritmo acelerado”, destacou o presidente do Sindicato, Jorge Nazareno.
Isso porque além de fixar uma idade mínima de 65 para requerer aposentadoria e elevar o tempo mínimo de contribuição para 25 anos, a reforma também vai mexer no valor do benefício. Com o novo cálculo proposto, os poucos que conseguirem se aposentar terão um benefício ainda menor. Para conseguir uma aposentadoria de 100% o trabalhador terá que ter 49 anos de trabalho. “Sinto-me lesado, traído pelo governo. Entra uma pessoa lá que faz é piorar ainda mais a nossa situação”, queixou-se um metalúrgico da Zoppas.
Outro grande prejuízo destacado pelos trabalhadores é o fim da pensão integral por morte. “Não que a gente pense nisso, Deus nos livre, mas, agora, a gente não pode nem morrer em paz, porque a nossa família vai ficar desamparada”, disse um companheiro da Wap Metal.
Por esses motivos e outros mais, os metalúrgicos têm se mobilizado cada vez mais para dizer não à reforma da previdência e tomar as ruas, se preciso for, para barrar mais esse ataque do Governo Temer. “Com essa proposta não tem discussão, tem luta”, enfatizou a diretora Monica Veloso, vice-presidente da CNTM.
Cristiane Alves
Assessoria de Imprensa