Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Ministério decide criar grupo para monitorar criação de vagas

06/12/08:

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pressionado a adotar medidas que evitem o aumento do desemprego, o Ministério do Trabalho decidiu criar um grupo para monitorar os programas financiados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) destinados à manutenção e geração de empregos.

O grupo será formado por representantes do ministério, das centrais sindicais e das confederações patronais e terá que prestar informações ao ministro da pasta.

No caso do FAT, os recursos são destinados aos programas de seguro-desemprego, abono salarial e de geração de emprego e renda e desenvolvimento econômico. Já o FGTS é usado no financiamento de investimentos em habitação, saneamento básico e infra-estrutura.

06/12/08: Produção industrial cai na maior parte do país

DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A produção industrial em outubro registrou queda em 10 das 14 regiões pesquisadas na comparação com o mês anterior, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

As quedas mais acentuadas foram observadas no Espírito Santo (-5,7%), no Rio Grande do Sul (-5,5%) e na região Nordeste (-5,1%). Juntamente com Bahia (-3,9%), Amazonas (-3,5%), Pernambuco (-3,1%), Santa Catarina (-2.2%) e Minas Gerais (-1,9%), acumularam redução superior à média de 1,7% em todo o Brasil.

Só foram registradas variações positivas na produção do Pará (3,1%), de Goiás (2,5%), do Ceará (1,3%) e do Paraná (1,2%). Com o melhor desempenho do país em outubro, a produção paraense foi influenciada pela alta na indústria extrativa, principalmente de minério de ferro e manganês.

A produção de São Paulo teve variação negativa de 0,2%, assim como o Rio de Janeiro (-0,6%). O resultado da indústria paulista, que concentra cerca de 40% da atividade nacional, foi influenciado pela parada da refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos.

Em relação a outubro de 2007, houve avanço em 10 dos 14 locais avaliados. Pará (8,9%), Goiás (4,2%), Paraná (3,9%), Ceará (2,9%) e São Paulo (2,5%) registraram os melhores índices nessa base de comparação.

Ainda comparado a igual período em 2007, houve recuo da produção na região Nordeste (-3,3%), no Espírito Santo (-2,7%), em Santa Catarina (-2,4%) e na Bahia (-0,6%). Na média, a produção industrial brasileira aumentou 0,8% ante outubro do ano passado.

O IBGE informou que, apesar de ter havido um dia útil a mais que no mesmo mês do ano passado, foram notadas “quedas importantes em setores que concederam férias coletivas não planejadas ou efetuaram paralisações técnicas não programadas, em um contexto de aumento da incerteza no ambiente econômico internacional”.

06/12/08: Brasileiro deve gastar para manter emprego, diz Lula

Para presidente, todos precisam ajudar a movimentar a economia; segundo ele, trabalhador tem de consumir, e empresário, baixar preço

Lula afirmou ainda que o mercado não consegue resolver problemas sozinho, por isso o governo vai tomar mais medidas contra a crise

CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA

DA REPORTAGEM LOCAL

DENYSE GODOY

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em São Paulo que o brasileiro precisa consumir para evitar o desemprego. E, enquanto o governo garante a oferta de crédito no mercado, o empresário deve baixar os preços e juros de financiamentos. “Movimentar a economia é uma responsabilidade nossa. Essa é minha tese”, disse Lula, em entrevista após receber a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt.

Para Lula, a população, às vezes influenciada pelo noticiário, não vai às compras com medo de perder o emprego. Mas a lógica, segundo ele, é outra: se deixarem de comprar, o comércio venderá menos e as fábricas de automóveis e outros bens duráveis reduzirão a produção, provocando demissões.

“Se a sociedade brasileira resolve entender que não deva comprar as coisas que tinha que comprar, com medo de perder o emprego, é preciso dizer que ela pode perder o emprego porque não comprou”, disse Lula, fazendo um alerta aos endividados. “Se estão devendo, paguem a dívida, não façam outra, não.”

Segundo o presidente, “2008 está garantido”. O problema é o próximo ano. Nesta semana, a Vale anunciou demissão de 1.300 funcionários no mundo e férias coletivas para mais 5.500. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, previu aumento no desemprego em 2009. “Esta é a hora que nós precisamos da compreensão dos empresários. É hora de baixar juros, baixar preços. Compreendermos que cada um tem que fazer seu sacrifício”, disse Lula.

Lula insistiu em que o Brasil, entre os países em desenvolvimento, é o “mais preparado” para enfrentar a crise. Mas reconheceu a escassez de crédito. “O dinheiro encurtou, não sabemos onde está, o [presidente da França, Nicolas] Sarkozy não sabe onde está, o [presidente eleito dos Estados Unidos, Barack] Obama talvez não saiba onde está. Mas esse dinheiro vai aparecer”, disse.

O presidente atribuiu importância decisiva, para conter a crise, à intervenção do governo na economia. Mas admitiu que as medidas tomadas até agora ainda não surtiram o efeito desejado. “O Estado tem que ser o indutor. Não é o mercado que vai se salvar por si só. Já tomamos medidas na indústria automobilística, na construção civil. Vamos tomar outras porque, entre o governo tomar medidas e o dinheiro chegar à ponta, está demorando mais que o esperado.”

Alencar

Após se reunir com empresários na sede da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), o vice-presidente da República, José Alencar, reforçou que o governo está atento às demissões. “A recomendação, da nossa parte, é para que as empresas façam outros ajustes antes de cortar funcionários, de maneira que atravessemos a fase mais aguda da crise.”

Questionado sobre como o governo pode ajudar o setor produtivo, Alencar disse que é necessário reduzir a taxa básica de juros da economia, atualmente em 13,75% ao ano, não paralisar investimentos, reduzir os seus próprios gastos e desonerar alguns segmentos da economia. Segundo ele, eventuais cortes de impostos ainda estão sendo avaliados pela Receita Federal. “O governo está todo dia preocupado [com a crise]. O [ministro Guido] Mantega [que também participou do encontro] anotou cada comentário dos presentes.”