No dia 26 de julho, quarta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco/MG, presidido por Raimundo Nonato, recebeu dirigentes sindicais de diversas categorias para conversar com advogados e contadores sobre a reforma trabalhista, recentemente aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo governo Temer.
O presidente da CNTM, Miguel Torres, participou do debate e defendeu que o movimento sindical continue mobilizado na resistência contra o ataque aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora. “A luta não para e a história não terminou para o sindicalismo. Nossa missão é informar e mobilizar a classe trabalhadora e a base metalúrgica e não permitir que os trabalhadores paguem pelas medidas impopulares do governo e da elite”, disse Miguel Torres.
Também presentes ao encontro: Vandeir Messias, presidente da Força Sindical de Minas Gerais, e Ernane Dias, presidente da Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais.
Os empresários e seus porta-vozes na política e a grande mídia falam muito que as mudanças irão gerar empregos, mas para os dirigentes sindicais apenas o lucro das empresas irá aumentar e os trabalhadores ficarão fragilizados nas novas relações de trabalho com o setor patronal.
Em sua palestra, Carlos Eduardo Panzera, advogado especialista em assuntos trabalhistas, falou sobre algumas mudanças: horas in itinere, insalubridade, férias, tempo para troca de uniforme, intervalo para alimentação, danos morais, contratação de autônomos, PJs, salário in natura e comissões, equiparação salarial, homologações das rescisões, demissão em massa, justa causa, acordo para demissão, arbitragem, imposto sindical, acordo coletivo e terceirização, entre outros itens.
Por Val Gomes (redação CNTM), com fotos de Alex Líder e informações da assessoria de imprensa do Sindob
Release do Seminário
O “Seminário sobre Reforma Trabalhista”, promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco e Base (Sindob), na noite de 26 de julho, mobilizou a categoria e lideranças sindicais de expressão, como Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e vice-presidente nacional da Força Sindical; Vandeir Messias, presidente da Força Minas e do Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos de Belo Horizonte e Região (SindLuta); Paulo Cesar dos Santos, presidente do Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda (CETER-MG), e Carlos Cassiano, presidente da Federação Mineira dos Químicos, Plásticos, Farmacêuticos e Trabalhadores nas Indústrias de Fertilizantes (Femquifert), que foram recepcionados pelo presidente Raimundo Nonato Roque de Carvalho, o conhecido “Raimundinho”.
Miguel Torres manifestou preocupação com a gravidade da situação, na qual o trabalhador ainda não se deu conta de que ele é o maior perdedor com a aprovação da reforma trabalhista e não os sindicatos, que também foram prejudicados no processo. Para o sindicalista, o trabalhador não contará mais a prática ativa da entidade sindical em defesa dos direitos trabalhistas na negociação de convenções coletivas, ou dentro das fábricas, levantando as reivindicações da categoria.
“O trabalhador é quem mais vai perder, com o enfraquecimento do representante legal, que o defende no dia-a-dia”, declarou Torres.
Para o presidente da CNTM, a exploração será constante, já que, de uma só vez, a reforma retirou direitos dos trabalhadores e a forma de sustento dos sindicatos, que são os instrumentos de luta e de enfrentamento da situação, em nome do trabalhador.
ORGANIZAR E PREPARAR A MUDANÇA
“Estamos diante de um momento grave para o movimento sindical, que deverá debater formas alternativas de custeio, a partir da vontade do trabalhador, que determinará o tipo de sindicato que precisa”, observou o sindicalista para uma platéia composta por dirigentes sindicais acostumados a lidar com dificuldades.
Torres explicou a ação sindical no setor metalúrgico paulista, em que estão sendo organizadas reuniões setoriais, independente da filiação à central sindical, por meio da convergência de atuação. O objetivo é preparar as campanhas salariais do segundo semestre, uma vez que a reforma passa a vigorar em novembro e será preciso elaborar convenções coletivas que resistam até o ano que vem.
Em 2018, teremos eleições e o movimento sindical terá de promover uma grande ofensiva para eleger deputados e um presidente da República capazes de reverter a situação. Caberá ao trabalhador, que é a maioria da população brasileira, refletir na hora de eleger os parlamentares, pois foi o povo quem votou nos 296 deputados que são empresários e tiraram direitos do conjunto dos trabalhadores.