Cerca de quatro mil metalúrgicos da zona oeste da capital participaram da manifestação pelo emprego e contra demissões organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São paulo e Mogi das Cruzes na manhã desta sexta-feira, 12 de junho.
Os trabalhadores, vindos de várias fábricas da região, concentraram-se em frente à metalúrgica Mercedes-Imec, na Avenida Jornalista Paulo Zing, no Jardim Jaraguá, e de lá fizeram uma passeata de dois quilômetros até a empresa Combustol Metalpó, na Estrada Turística do Jaraguá, onde foi realizado o ato de protesto contra a crise e o desemprego.
O presidente do Sindicato, Miguel Torres, também presidente da CNTM e da Força Sindical, reafirmou que o Sindicato não vai aceitar demissões, defendeu a negociação de alternativas como saída para as dificuldades das empresas e criticou a política econômica do governo federal, de juros altos, inflação, redução do crédito e de investimentos que, segundo ele, está parando o País.
“A empresa que demitir será paralisada até reverter as demissões. Os empresários sérios devem entender esta luta e também exigir um Brasil com economia mais perene”, disse.
Miguel Torres falou sobre a mobilização dos dirigentes do Sindicato, da CNTM e da Força Sindical no Congresso Nacional contra as medidas provisórias 664 e 665, que tiram direitos trabalhistas, sobretudo o seguro-desemprego, neste momento de aumento do desemprego, e disse que a pressão, agora, é para que a presidente Dilma não vete a proposta da fórmula 85/95, que substitui o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias. Esta proposta foi incluída na MP 664, que muda a regra da pensão por morte, e aprovada no Congresso.
Miguel Torres disse que “se o governo taxasse as grandes fortunas e as remessas de lucro das empresas, que giram em torno de R$ 80 bilhões, não haveria necessidade de tirar direitos para ajustar a economia”.
Sobre o desemprego, que vem aumentando, Miguel Torres disse que o Brasil foi o último País a entrar e a sair da crise financeira de 2008, graças ao movimento sindical que atuou junto ao governo Lula e empresários.
Ele lembrou que em 1982 e 1983, o Brasil tinha carestia e desemprego alto e que foi preciso organizar os desempregados para que eles pudessem voltar ao mercado de trabalho. “Isto evitou tragédias sociais, saques, vandalismo”, afirmou, acrescentando: “não queremos que a crise chegue a esse estágio, por isto temos que nos mobilizar intensamente desde já”.
Miguel Torres também falou da vigília sindical programada para a próxima semana (terça e quarta-feira), em frente ao Palácio do Planalto e à Alvorada (casa da Dilma), em Brasília, para pressionar a presidente a não vetar a fórmula 85/95. “Se a Dilma vetar, a mobilização volta para o Congresso, para que os parlamentares derrubem o veto da presidente”.
Arakém, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, também criticou o aumento crescente dos juros e a política recessiva do governo, “que está levando o País à falência e tirando o emprego dos trabalhadores”.
O próximo ato em defesa dos postos de trabalho será na segunda-feira, 15 de junho, em Mogi das Cruzes, em frente à General Motors, no bairro César de Souza.
Apoio aos metalúrgicos da Mercedes – Miguel Torres seguiu depois para o ABC paulista em visita ao acampamento dos metalúrgicos demitidos em frente à Mercedes. “É preciso lutar, mobilizar e prestar solidariedade, de forma permanente, em nossa missão sindical de defesa da categoria metalúrgica, da classe trabalhadora, por um Brasil melhor”, diz Miguel Torres.
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fotos da manifestação metalúrgica