Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Movimento Sindical

Miguel Torres defende ações e medidas de desenvolvimento contra a crise

Durante o lançamento do movimento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, nesta quinta, Miguel Torres, presidente da Força Sindical e da CNTM, defendeu o fortalecimento da indústria nacional para a retomada do crescimento do Brasil. Ele afirmou que “o Brasil é maior que a crise” e somente com unidade entre capital e trabalho será possível colocar o País no caminho do desenvolvimento. Segundo ele, que quem está pagamento por este momento de crise são os setores produtivos e, principalmente, a classe trabalhadora.

 “O trabalhador está perdendo emprego e salário, sem perspectiva de recolocação, e quando consegue voltar ao mercado de trabalho é com salário menor. É fundamental engajar a sociedade neste movimento das centrais e dos empresários, nesta agenda positiva pela retomada do crescimento industrial, garantindo a geração de empregos e fomentando o comércio, o consumo e a produção”, afirmou.

O “Compromisso pelo Desenvolvimento” lançado em São Paulo, no Centro Social Hakka Brasil, na Liberdade, reúne as seis centrais sindicais (Força, CUT, CTB, CSB, NCST e UGT), entidades empresariais de diversos setores de produção e da sociedade civil, como Dieese, OAB, Instituto Ethos.

Forças sociais

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lucio, abriu o evento dizendo que as centrais sindicais tiveram a iniciativa de começar o movimento, que resultou na adesão de várias entidades patronais, como CNI, Abimaq, Anfavea, Associação Comercial, setor textil, Fenabrave, arquitetos, engenheiros, entre outras.  Isto, porque, para as entidades, “o Brasil é maior que qualquer crise.

É desse ponto de partida que as entidades iniciam este movimento que busca enfrentar a crise que afeta diretamente as empresas e a capacidade do Estado de criar e produzir bens de qualidade de vida, estabilidade sustentável ambiental. Para poder promover estes bens é necessário que forças sociais se unam para superar os desafios que temos para tocar a locomotiva do desenvolvimento.

As entidades estão dispostas a construir este movimento e o motivo é o Brasil, a geração presente e futura, é por elas que estamos aqui, a força do capital e do trabalho, para criar propostas e iniciativas que possam conduzir à trajetória do nosso desenvolvimento”, finalizou Clemente.

Em seguida, foi apresentado um vídeo com falas de trabalhadores nas ruas sobre este momento de crise, economistas falando sobre a situação econômica e enfatizando que é a sociedade que vai promover o desenvolvimento.

Em seus discursos, empresários e sindicalistas ressaltaram a importância da recuperação da confiança, vital para a volta dos investimentos e a retomada do desenvolvimento, bem como da unidade em torno de um objetivo comum: o Brasil.

Os dirigentes criticaram o aumento do desemprego provocado pela política econômica, o corte de direitos como forma de corte de gastos e destacaram a necessidade da geração de emprego e renda.

Miguel Torres também criticou a política de juros altos que, a pretexto de combater a inflação, está impedindo o desenvolvimento. “Não podemos ser cúmplices deste modelo falido. A Força Sindical está de corpo e alma neste movimento desenvolvimentista e levará os resultados deste movimento para atos em todo o Brasil, que é maior que a crise”, disse.

O presidente da Força Sindical lembrou que a desindustrialização começou há mais de sete anos, por culpa de uma política econômica que tirou no desenvolvimento do seu principal alicerce e está privilegiando o capital especulativo”.

O documento “Compromisso pelo Desenvolvimento” apresenta propostas e reivindicações para a retomada do investimento público e privado, especialmente no setor de energia, petróleo e gás; o destravamento do setor da construção pesada; a criação de condições para o aumento das exportações da indústria de transformação; a ampliação do financiamento de capital de giro; e a adoção de políticas de fortalecimento do mercado interno para preservar emprego e renda.


O documento elaborado em conjunto pelas entidades e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) foi lido no final do evento. Confira abaixo o que ele diz: