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O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) avaliou na última sexta-feira que os micro e pequenos negócios devem ser diretamente beneficiados com o reajuste de 14% do salário mínimo. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), esse aumento deve injetar R$ 47 bilhões na economia brasileira em 2012.
Conforme apontou recentemente o Dieese, 48 milhões de pessoas têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo e, portanto, serão diretamente favorecidas com o reajuste que elevou de R$ 545, válido até dezembro, para R$ 622, valor que entrou em vigor neste ano. Os R$ 77 a mais que os trabalhadores e aposentados vão receber a partir deste mês devem ir direto para o consumo.
A expectativa do Sebrae é que este dinheiro seja gasto principalmente em comércios próximos à área de moradia das pessoas que recebem o mínimo, o que eleva a possibilidade de que as compras sejam feitas em micro e pequenos negócios. “A propensão de estes R$ 47 bilhões irem para o consumo é de quase 100%. Para quem ganha um, dois ou três salários mínimos há muito pouco espaço para investimento”, analisa o economista do Dieese Ilmar Ferreira.
Para o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, os pequenos empresários devem buscar capacitação para aproveitar esse bom momento da economia brasileira. “O aumento da renda é um incentivo natural aos negócios, mas faz crescer também a concorrência. Então aqueles empreendedores que buscam a inovação e uma gestão mais profissionalizada ampliam suas oportunidades”, afirma.
O Sebrae espera que a maior parte dos gastos se destine à alimentação, que consome cerca de 40% da renda de quem ganha em torno de um salário mínimo, segundo Ilmar. O empresário Martinho José Pimenta, dono de um mercado de pequeno porte em Ceilândia, cidade do Distrito Federal, espera um movimento maior em suas vendas. “Prevejo aumento das vendas porque vai ter mais dinheiro na praça. Aqui perto há muita gente com salário atrelado ao mínimo e, com certeza, essas pessoas vão consumir mais alimentos”, afirma.
Fonte: Agências