Fonte: Américas Info – Informativo CSI-CSA
Sindicatos de todo o mundo pedem ao governo do México para garantir aos trabalhadores mexicanos seu direito à liberdade de associação.
A Federação Internacional dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica (FITIM), a Federação Internacional de Sindicatos da Química, Energia, Minas e Indústrias Diversas (ICEM), a Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes (ITF), UNI Sindicato Global, a Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas e a Confederação Sindical Internacional (CSI) exigem que o governo mexicano faça justiça aos trabalhadores mortos e garanta a liberdade de associação para os trabalhadores no México.
Já se passaram cinco anos desde a morte de 65 mineiros na explosão da mina de carvão na Pasta de Conchos, propriedade do Grupo México, em 19 de fevereiro de 2006. Até o momento, os parentes dos mortos ainda estão à espera de uma compensação adequada e da recuperação dos corpos para realizar os funerais.
Os mineiros, a comunidade local, a Comissão Nacional de Direitos Humanos do México e a comissão de investigação da Câmara dos Deputados acreditam que a violação ilegal das medidas de segurança pelo Grupo México provocaram a morte de 65 mineiros, e mostram um padrão de irregularidades na fiscalização do trabalho. Em 2009, a OIT das Nações Unidas recomendou que “se imponham sanções adequadas aos responsáveis” pela tragédia.
A absoluta falta de progresso para permitir uma investigação independente e o processo dos executivos e funcionários do governo responsáveis é motivo de grave preocupação para o movimento sindical.
Mãos sujas
Relatório da CSA revela o lado negro do Grupo México, responsável pela morte em Pasta de Conchos.
O Grupo Mexico tem um bastante merecido papel de liderança entre as empresas para justificar a campanha. Seu proprietário e presidente, Germán Larrea, é o terceiro bilionário mais rico em seu país e 72º em todo o mundo segundo a revista Forbes.
A empresa é uma translatina proprietária, além da Mineração México, da SSCC (Southern Peru Copper Corporation) no Peru e está se movendo em direção a negócios no Chile. O Grupo também tem trabalhado com um parceiro norte-americano, Asarco.
O que tradicionalmente tem distinguido o grupo é a negligência das questões ambientais e de saúde e segurança, com repetidas infrações às normas nestas áreas. Também com o episódio dramático do acidente na mina Pasta de Conchos, com 65 mineiros mortos, cujo quinto aniversário comemora-se com a campanha.
México: Solidariedade no mundo
O movimento sindical internacional lançou uma campanha (14-18 de Fevereiro), pedindo a seus afiliados em todo o mundo que exijam ao governo do México:
– prestação de contas da empresa e funcionários responsáveis pela explosão em Pasta de Conchos, na qual 65 mineiros morreram em 19 de fevereiro de 2006;
– proibir as violações sistemáticas da liberdade de associação dos trabalhadores, em especial os “contratos de proteção” dominados pela patronal, bem como a interferência nas eleições sindicais;
– acabar com o uso da força – tanto pelo Estado quanto pelas empresas privadas – para suprimir as legítimas exigências dos trabalhadores de sindicatos democráticos, salários e melhores condições de trabalho e de boa saúde e segurança;
– e colocar um ponto final da campanha de perseguição política contra o Sindicato de Mineros de la República Mexicana (SNTMMSRM) e contra o Sindicato Mexicano de Electricistas (SME).
Várias atividades estão sendo organizadas no âmbito desta campanha internacional em prol dos direitos dos trabalhadores mexicanos, como visitas a embaixadas, manifestações, conferências de imprensa.
Brasil:
Solidariedade contra a violação da liberdade sindical no México
Mais de 100 pessoas se reuniram em frente ao consulado mexicano em São Paulo, Brasil, para protestar contra a repressão ao movimento sindical no país. A ação faz parte de uma Jornada Internacional organizada pelos Global Unions com o apoio da CSA e da CSI.
“Ações semelhantes ocorrem também nos consulados mexicanos em mais de 25 países em todos os continentes”, disse o secretário de Políticas Sociais da CSA, Laerte Teixeira. “O cônsul em São Paulo foi muito cordato e prometeu levar nossas demandas ao embaixador do México no Brasil.”
A mobilização ocorre também no México onde o movimento operário vai destacar ao longo da semana, a violação sistemática dos direitos trabalhistas. Algumas das organizações mais visadas foram o Sindicato Mexicano de Electricistas (SME), o UNTyPP que representa os trabalhadores da Pemex e o Sindicato de Telefonistas (STRM).
Além do CSA, participam da manifestação em São Paulo, as centrais sindicais brasileiras – UGT, CUT e Força Sindical – e representantes das Federações Internacionais: UNI FITIM, ICEM e ITF.
Matéria veiculada no site da Força Sindical www.fsindical.org.br