José Pereira dos Santos*
“No Brasil, somos em torno de 2 milhões de metalúrgicos. Nossa profissão é fundamental para a economia. Entre outras funções, o metalúrgico é o profissional que fabrica máquinas. E muitas dessas máquinas ajudam a fabricar outras máquinas. Por isso, uma greve metalúrgica impacta a produção e o mercado.
Nos últimos anos, nossa categoria vem sendo castigada pela desindustrialização do País. Mais recentemente, fomos penalizados com o desemprego em massa. E, atualmente, sofremos um brutal ataque aos direitos por meio da reforma trabalhista. A reforma original tinha oito itens. Porém, a que foi aprovada pelo Congresso e sancionada por Temer chega a 117 itens. A CLT, na prática, foi desmontada.
A medida atinge a todos, mas alguns de seus itens prejudicam mais determinadas categorias profissionais. Por isso, os metalúrgicos reagem. Dia 4, entidades de todo o País se reuniram nos Metalúrgicos de SP e definiram uma agenda de lutas. A orientação é resistir já, nas campanhas salariais, buscando evitar a reforma trabalhista na marra e também assegurar as garantias das Convenções Coletivas.
Digo e repito que não somos contra reformas. Mas há décadas precisamos fazer a reforma política e a tributária, e não fazemos. Por causa disso, o País vive sob um sistema político contaminado e o pobre continua pagando mais imposto que o rico. Bastariam essas duas reformas para mudarmos a realidade nacional. Mas os altos interesses travam o debate, impedem o avanço e nos condenam ao atraso.
Governo e Congresso não fazem as reformas necessárias, que atingem altos interesses. Pior: jogam sobre nossas costas medidas drásticas, que fragilizam as relações de trabalho, cortam direitos e desestruturam a organização sindical. O resultado final disso é que os trabalhadores estarão menos protegidos, o emprego será mais precário e a renda assalariada cairá.
Portanto, a reação metalúrgica é justa e oportuna. Faremos várias ações. Dia 14, haverá atos em portas de fábrica e protestos em locais públicos.
Seminário – Minha geração enfrentou a ditadura, combateu a política de arrocho salarial, lutou contra a carestia e buscou as liberdades democráticas. É com essas referências que pautamos a ação sindical. Por isso, nosso Seminário de Avaliação e Planejamento quinta e sexta, terá por lema “Democracia, Direitos, Desenvolvimento”. São três fundamentos, três pilares, três valores sagrados.
José Pereira dos Santos – Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
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