Os metalúrgicos manifestaram toda sua indignação e disposição de luta nas manifestações realizadas na manhã desta quinta-feira, 2, nas portas de fábricas de Cotia e de Vargem Grande Paulista.
Foi o primeiro dia do mutirão semanal que o Sindicato irá fazer para informar os trabalhadores sobre as mudanças que o governo Temer quer fazer na Previdência. Idade mínima de 65 anos, 49 anos de contribuição para obter 100% do benefício a que tem direito, na verdade representam o fim da aposentaria. “Eu li o projeto. O que querem é não dar a aposentadoria e achatar [o benefício] de quem conseguir chegar ao menos aos 65 anos de idade”, avaliou um companheiro da Sedes Elbac.
Ao ler o jornal especial sobre a Reforma da Previdência e ouvir as explicações da diretoria nas assembleias, a reação foi sempre muito semelhante a de um companheiro da Alvenius: “Um absurdo”, resumiu o trabalhador que já está aposentado, mas se preocupa com a possibilidade de seu filho não ter a mesma possibilidade.
Outra companheira ficou surpresa com a ideia de que a idade para as mulheres se aposentarem será a mesma que para os homens. “Eu acho que vai ser muito difícil. A gente tem de lutar, temos que começar a fazer agora”, defendeu uma companheira da Sedes Elbac.
Outro trabalhador, da Spirax Sarco analisava o tamanho do prejuízo. “Comecei a trabalhar registrado com 21 anos, mas antes trabalhava em fazenda. Não tem nem como, 65 anos, depois vai aumentando. Não tem condições”, analisou. Outro companheiro da fábrica completou: “Quem tiver idade tem que se aposentar logo. Porque se mudar vai ser para pior. Eu contribuo e não sei se vou conseguir me aposentar”.
Mas, o governo e a mídia divulgam que a Previdência está falida. O Sindicato orienta os trabalhadores a procurarem o máximo de informações e não cair neste discurso que quer aniquilar com nossos direitos. “Nós temos de pesquisar bastante. Não tem só que ficar compartilhando informações nas redes sociais. Vamos ficar atentos com esse monte de informações que circulam na internet, muitas são erradas e em outros casos as pessoas que propagam a informação têm um lado que não é o nosso”, alerta o diretor Alex da Força.
Semana que vem tem mais mutirão, na porta das empresas da região de Barueri e Jandira.
O Sindicato disponibiliza uma calculadora para o trabalhador ver o tamanho do prejuízo. Assista também o Visão Trabalhista Entrevista sobre este tema.
Por: Cristiane Alves
Assessoria de Imprensa