Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos rejeitam propostas e decretam estado de greve

Jaélcio Santana

Em assembleia realizada no domingo, 30 de outubro, os trabalhadores metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes rejeitaram a contraproposta de 7,5% a 8,5% de reajuste salarial dos grupos patronais e aprovaram greve a partir do dia 7 de novembro (segunda-feira), caso os patrões não apresentem uma nova proposta satisfatória.

A assembleia, realizada na rua, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, no bairro da Liberdade, reuniu cerca de cinco mil trabalhadores, que vaiaram a proposta patronal e decretaram estado de greve, não só por aumento salarial maior, mas também por aumento real nos pisos e garantia de reivindicações sociais importantes, como a estabilidade no emprego para os acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais, que os patrões querem tirar da convenção coletiva de trabalho da categoria.

“A inflação dos últimos 12 meses encerrados em outubro deve ficar em torno de 7%. Queremos aumento real significativo e não vamos aceitar reajuste inferior a 10%. Os trabalhadores contribuíram muito para o aumento da produção nas fábricas. Os patrões têm até o dia 4 de novembro para reformular sua oferta, caso contrário, vamos começar a parar a s fábricas a partir do dia 7”, disse o presidente do Sindicato, Miguel Torres. A greve poderá ser por empresa, por segmento econômico ou por região.

“Esta mobilização, em conjunto com as dos demais metalúrgicos de todo o Estado de São Paulo, mostra aos empresários que não desistimos de nossas justas reivindicações, da luta pela reposição das perdas salariais, aumento real e ampliação dos direitos. Somos 54 sindicatos e 750 mil metalúrgicos, uma categoria de vanguarda no movimento sindical brasileiro, na mesma luta para sair mais uma vez vitoriosa”, afirma Cláudio Magrão, presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.

“Esta luta é importante para a categoria metalúrgica e significa também a luta do Brasil contra aqueles que só querem a especulação financeira em detrimento do setor produtivo e do desenvolvimento econômico com distribuição de renda, ampliação dos direitos e justiça social. Estarei, com certeza, do lado dos metalúrgicos nas portas de fábrica, se for preciso ir à greve pelo aumento real”, frisou o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.

Reivindicações
A categoria, com data-base em 1º de novembro, reivindica reposição salarial com aumento real, valorização do piso, redução da jornada de trabalho, PLR para todos, estabilidade aos acidentados e portadores de doenças profissionais, licença-maternidade de 180 dias e inclusão digital, entre outros.

A Campanha Salarial 2011 é unificada com outros 53 sindicatos de metalúrgicos do Estado filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e à Força Sindical.

Solidariedade a Lula
Na assembleia, os trabalhadores manifestaram solidariedade ao companheiro e ex-presidente Lula e fizeram uma oração pela sua recuperação. “É nossa homenagem ao companheiro Lula, pela sua luta, sua trajetória. Que ele tenha muita fé e força neste momento”, disse Miguel Torres. 

Paulo Segura

Miguel Torres, presidente do Sindicato

Paulo Segura

Cláudio Magrão, presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo

Paulo Segura

Deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical

Jaélcio Santana

Jaélcio Santana

Trabalhadores metalúrgicos e dirigentes do Sindicato manifestam solidariedade
ao companheiro e ex-presidente Lula, que está em tratamento de saúde

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