Michele Loureiro
Com Agências
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano realiza assembleia na GM (General Motors) hoje. O objetivo é mobilizar os trabalhadores e definir que caminho seguir caso a montadora não contrate 200 trabalhadores.
Procurada pela reportagem do Diário, a montadora não se posicionou a respeito até o fechamento desta edição.
A reivindicação já completa mais de um mês e na manhã de ontem, o vice-presidente do sindicato, Francisco Nunes da Silva, enviou ofício solicitando negociação imediata com a empresa.
“Os trabalhadores estão sobrecarregados e a empresa não nos procura para negociar. Por isso, vamos colocar os funcionários a par da situação e decidirmos juntos se faremos uma mobilização”, explicou o sindicalista.
Nas últimas semanas, a GM solicitou que o sindicato aguardasse a decisão sobre a prorrogação do benefício do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), pois temia que o mercado apresentasse desaquecimento.
“Nós entendemos a situação e demos o prazo, porém, agora que o benefício foi confirmado não temos mais o que esperar. O ritmo está alucinante na fábrica e os trabalhadores mal tem tempo de ir ao banheiro”, disse Nunes.
No mês de julho, a jornada semanal dos funcionários aumentou de 41h30 para 43 horas. “Não houve aumento de salário, só de trabalho. Além disso, há rumores de que a empresa quer aumentar ainda mais o tempo de trabalho, para 45 horas semanais em agosto. Não podemos permitir isso”, enfatizou o vice-presidente.
CONCORDATA – Enquanto a unidade da GM da região vive momentos de alta produção, a matriz norte-americana tenta se recuperar desde 1º de junho, quando pediu concordata.
Porém, as notícias não são boas. Um juiz de falências aprovou o plano de reestruturação para a montadora, que determina a venda dos ativos a uma nova empresa com respaldo do governo.
O juiz Robert Gerbert foi contundente. “A GM é insolvente, sem esperanças, e agora não há nada para os acionistas; não vai existir nada para os credores não assegurados.”