A Confederação dos Trabalhadores Metalúrgicos e seus 150 sindicatos de todo o País não mais viajarão de avião por Congonhas. A orientação foi dada pelo presidente da entidade, Eleno Bezerra, aos participantes da reunião da diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, presidida também por Eleno e ocorrida hoje (23 de julho, segunda-feira).
Diante da unanimidade dos participantes no entendimento de que ainda há risco na pista do aeroporto, o líder metalúrgico passou a orientar que nem um vôo para qualquer lugar do país seja mais feito em Congonhas como forma de protesto.
Além disso, os diretores que participaram da reunião mostraram-se inconformados com a posição da Associação Nacional da Aviação Civil, Anac, que contestou as medidas mesmo que tímidas da presidência da República. Vale lembrar que a composição da Anac não é apenas indicação do presidente da República, mas compartilhada pelo Congresso.
Participantes da reunião entendem que o governo construa outro aeroporto, ou que se construa linha de trem, metrô ou outro tipo de transporte sobre trilhos para se chegar com mais rapidez a Guarulhos. Mas isso com a urgência que o caso requer.
Os metalúrgicos entendem ainda que o governo do presidente Lula passe a governar o País de fato. Eles sentem que o ministro Valdir Pires da Defesa não tem demonstrado pulso firme. Governar é condição para que haja crescimento no País e, ao mesmo tempo, se não houver pulso firme aumenta a insegurança do brasileiro. Se o governo não adotar medidas urgentes e enérgicas na área econômica e não atender as necessidades urgentes de maneira geral, tais como estradas, portos e, especificamente falando, do nó que está nos aeroportos, a luta será em vão.
Para agravar ainda mais a insegurança do aeroporto de Congonhas, foi construído recentemente um prédio na mesma direção da pista com habite-se dado pela Prefeitura e autorização da Aeronáutica. Isso tirou 135 metros da pista, o que torna o quadro gravíssimo. A insegurança de Congonhas torna-se, assim, mais exposta e obriga a sociedade a ficar mais vigilante.