Política industrial será apresentada pelo Governo Federal
Reunidos no dia 25/07/11(segunda-feira), na sede da CNM/CUT, em São Bernardo, sindicalistas da CUT, Força Sindical e CTB de diversas regiões do Brasil debateram alternativas para o fortalecimento do emprego e da produção nacional na indústria automotiva e metalmecanica.
Raquel Camargo / SMABC
Documento foi assinado por Marcelino da Rocha (Fitmetal), Mônica Veloso (CNTM) e Paulo Cayres (CNM)
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM), a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, os sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e de São Paulo e a FITMetal/CTB reuniram-se na segunda-feira (25), na sede da CNM/CUT, em São Bernardo, para discutir política de fortalecimento do emprego e da produção nacional nos setores automotivo e metalmecânico.
Participaram do encontro dirigentes de sindicatos que têm montadoras em suas bases: representados pelos Sindicatos dos Metalúrgicos associados à CNTM/Força Sindical, à CNM/CUT e à FITMetal/CTB.
O encontro é parte da série de eventos e mobilizações organizados, em conjunto, por sindicatos de metalúrgicos e centrais sindicais para chamar a atenção do governo federal e da sociedade para a desindustrialização do Brasil em consequência do crescimento das importações de veículos e autopartes em especial.
Três ações já foram realizadas:
– Dois seminários, o primeiro entre os Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, dos Metalúrgicos de São Paulo, CUT, Força Sindical e FIESP, e outro entre sindicatos e diretores das montadoras instaladas em São Bernardo.
– No início de julho, manifestação com 30 mil trabalhadores paralisou o trânsito da rodovia Anchieta em protesto contra o avanço de produtos importados que comprometem os empregos na categoria.
O seminário foi dividido em duas partes: na parte da manhã, após apresentação do DIEESE sobre a desindustrialização nos setores de automotivo de autopeças, foi realizado um breve debate sobre os impactos da desindustrialização para os trabalhadores e, em seguida, foram apontadas alternativas que contribuam para a redução dos impactos deste processo para os trabalhadores. Ficou decido que o movimento sindical não aceitará ser apenas “comunicado” pelo Governo Federal sobre a nova Política de Desenvolvimento Industrial.
Já na parte da tarde, o setor patronal através do Sindipeças fez uma apresentação sobre os impactos prejudiciais da desindustrialização e dos importados e da valorização do real para a cadeia da indústria automotiva.
Os sindicalistas querem a criação de um fórum tripartite que elabore políticas de fortalecimento da produção nacional e empregos de qualidade de forma sustentável. Juntos, trabalhadores, governo e empresas, podem encontrar formas de estimular esta produção. Este modelo já foi adotado com sucesso nos anos 1990, com a criação da Câmara Setorial. Resultou em acordos entre montadoras e sindicatos que aumentaram a produtividade e evitaram a perda de postos de trabalho.
Destacou-se ainda que é preciso sensibilizar a sociedade, para que esta compreenda que sem uma indústria nacional forte outros setores, como serviços e comércios, podem ser prejudicados em uma espécie de efeito dominó.
Veja quais são as reivindicações dos trabalhadores
O documento é assinado por confederações de metalúrgicos, mas seus dirigentes consideram que ele vale para todos os setores industriais. Segundo o texto, a política industrial em discussão no governo deve:
1 – Contar com a participação dos trabalhadores em sua execução.
2 – Promover e ampliar o emprego bem remunerado e com qualidade.
3 – Defender, estimular e valorizar a produção nacional.
4 – Fortalecer e consolidar uma indústria moderna e de qualidade.
Carta conjunta