Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos entregam hoje Dossiê Volks para governo e deputados e pedem apoio para equiparar direitos com SP

Trabalhadores da Volks estão parados a 19 dias.
Hoje tem assembleia, às 14h, para definir os rumos da greve

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Montadora já recebeu R$ 2 bilhões em incentivos fiscais dos cofres públicos estaduais, mas paga salários 50% menores aqui em comparação ao que pratica em São Paulo
 
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) entrega na tarde de hoje (23) aos deputados estaduais do Paraná, ao governador Beto Richa e ao Secretário Estadual do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli,  um dossiê (ver anexo) com informações sobre a unidade da Volkswagen de São José dos Pinhais. Os trabalhadores pedem apoio e providências no sentido de garantir aos trabalhadores do Paraná um tratamento, no mínimo, igual ao concedido aos trabalhadores de São Paulo.

No dossiê, constam informações sobre a história da planta, produção, incentivos fiscais, produtividade, diferenças entre salários e benefícios praticados aqui e em São Paulo, além de denúncias sobre o alto índice de doenças ocupacionais existentes na fábrica. A montadora já recebeu R$ 2 bilhões em incentivos fiscais dos cofres públicos estaduais, mas pratica salários 50% menores aqui em comparação ao que paga em São Paulo.

“Considerando o volume de recursos recebidos pela Volks desde 1999, ano de sua instalação, nós, trabalhadores, entendemos que esta não é uma questão restrita ao universo metalúrgico: mais que isso, essa é também uma questão de interesse público, pois uma empresa que recebe incentivos de tal ordem tem sim uma dívida a saldar com todo o povo do Paraná”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.
19 dias de greve.

Os 3,1 mil metalúrgicos da montadora estão em greve há 19 dias, desde 5 de maio, por melhores condições de trabalho e, especialmente, por equiparação com direitos e benefícios já praticados pela Volks no estado de São Paulo. A discussão em pauta no momento, a qual foi o estopim da paralisação, é a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Os trabalhadores querem R$ 6 mil de 1ª parcela (mesmo valor pago pela Renault e R$ 1 mil a menos que o praticado pela Volvo), e a montadora ofereceu R$ 4,6 mil. Nesses 19 dias de greve, a montadora deixou de produzir 10,53 mil veículos (Golf, Fox, Cross Fox, Fox Europa), totalizando um prejuízo de R$ 421,2 milhões – 1,03% desse montante (R$ 4,34 milhões) seria suficientes para pagar os R$ 1,4 mil referentes à diferença entre a PLR reivindicada pelos metalúrgicos em comparação à oferecida pela montadora.
Nas revendas já começam a faltar os modelos Golf, Fox e Cross Fox.

Nova assembleia hoje às 14h30
Hoje, segunda-feira (23), às 14h00 , em assembleia em frente à empresa, os 3,1 mil metalúrgicos dos três turnos definem o rumo da mobilização durante assembleia, em frente à  empresa. Como a montadora não realizou nenhuma nova proposta, a tendência é de continuidade da paralisação.

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