Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos da Grande Curitiba/PR

METALÚRGICOS E RENAULT FECHAM PROPOSTA QUE REVERTE DEMISSÕES E ESTABELECE ACORDO DE MANUTENÇÃO DE EMPREGO

Proposta construída entre o Sindicato e a empresa durante esse final de semana prevê a reintegração dos 747 trabalhadores demitidos, PDV, Layoff e pacote salarial de 4 anos incluindo  a Data Base, Participação nos Lucros e Resultados e abono salarial

Em assembleia realizada na tarde de segunda-feira (10), o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) informou aos trabalhadores da Renault a proposta  fechada com a empresa durante negociação neste final de semana e que envolve a readmissão dos 747 trabalhadores, a manutenção dos empregos e um pacote salarial de quatros anos que inclui a Data Base, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e abono salarial.

A votação da proposta pelos trabalhadores será através do “VotaSMC”, sistema online desenvolvido pelo Sindicato, e aconteceria entre segunda e terça, 11, até as 14h, ou até atingir 80% dos votantes.  Caso aprovada a proposta, a greve será encerrada e os trabalhadores voltam ao expediente normal a partir da quarta-feira (12) com exceção  dos 747 trabalhadores readmitidos que ficarão em casa, mas recebendo salário, até que seja concluído o PDV (Plano de Demissão Voluntária), no dia 20 de agosto.

“Apesar de difícil conseguimos estabelecer uma negociação com a Renault e construir uma proposta que garantisse a readmissão dos trabalhadores e um compromisso de manutenção dos empregos, que tem sido a maior luta do Sindicato atualmente. Para que fosse possível, apresentamos diversas alternativas que possibilitam tanto os empregos como as demandas da empresa. Agora vamos esperar a votação dos trabalhadores.  O que importa é o trabalhador pode ter mais tranquilidade para desenvolver sua função e produzir melhor”, disse o presidente do SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba/PR, Sérgio Butka.

20º dia de greve

A greve dos trabalhadores da Renault chegou na segunda ao 20º dia. A paralisação iniciou no dia 22 de julho quando, um dia antes, a empresa demitiu 747 trabalhadores, muitos doentes ou com restrições. Desde então, além da greve em porta de fábrica,  foram várias mobilizações tanto no centro de São José dos Pinhais (PR), Região Metropolitana de Curitiba, como nacionais, com protestos em várias cidades do Brasil nas concessionárias de veículos da Renault.

O movimento também ganhou o exterior com denúncias dos movimentos sindicais internacionais sobre a situação criada pela empresa. Além disso, o SMC também acionou a Justiça do Trabalho que determinou a anulação das demissões e reintegração dos trabalhadores no dia 05 de agosto. Outra linha de frente foi a denuncia e pressão junto ao governo e à Assembleia Legislativa do Estado para que fosse tomada uma posição em relação à Lei 15.426\2007 que determina que empresas que recebem incentivos fiscais do Estado não podem demitir, caso da Renault.

A fábrica da Renault fica em São José dos Pinhais (PR), possui cerca de 7.300 trabalhadores que produzem os modelos Sandero Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captour. A fábrica ainda conta com uma unidade de motores e injeção de alumínio.

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