Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos de SP entregam pauta na Fiesp

Nesta quinta-feira, 4 de setembro, às 10 horas, cerca de 5 mil trabalhadores metalúrgicos e dirigentes sindicais de 54 sindicatos, ligados à CNTM e à Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo da Força Sindical, realizaram ato de entrega da pauta de reivindicações da categoria à Fiesp (Grupo 10) e aos demais grupos patronais: Grupo 3 (autopeças), Sindimaq e eletroeletrônico, Grupo 19-3 (trefilação, equipamentos ferroviários e outros), fundição.

Iugo Koyama

Metalúrgicos em passeata

Os participantes concentraram-se a partir das 9h, na rua Mato Grosso, atrás do cemitério da Consolação, no bairro Higienópolis, em São Paulo, e, às 10h, saíram em passeata até a Fiesp, na Avenida Paulista, 1.313.

Reivindicações: A categoria reivindica 20% de aumento salarial (composição da produtividade das indústrias e perdas salariais); redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução salarial; os fim das terceirizações abusivas e do trabalho precário; valorização dos pisos salariais; e aprovação da Convenção 158 da OIT (que amplia a estabilidade no emprego, pois proíbe demissões sem justificativa).

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM-Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Eleno Bezerra, afirmou que a mobilização é importante para fortalecer a pressão e garantir o atendimento das reivindicações.

Licença-maternidade: Os sindicatos também querem negociar a licença-maternidade de 180 dias para a mulher. “A licença de 180 dias é facultativa, queremos incluí-la na nossa convenção”, disse Eleno.

Iugo Koyama

Eleno Bezerra, presidente da CNTM

“Estamos vivendo um momento de crescimento da economia, de recordes da produção e da produtividade das indústrias, e muito favorável à luta pelo aumento salarial e outras reivindicações importantes dos trabalhadores. Vamos buscar a nossa parcela desse crescimento, com mobilização, e até greve, se for preciso”, afirma Eleno.

Caso os empresários não apresentem uma proposta satisfatória, a categoria poderá entrar em greve. As greves podem acontecer em diversas cidades do Estado. “Os empresários têm 15 dias para começarem a negociar, senão vamos fazer greve pipoca, parar fábrica por fábrica, município por município”, afirmou Eleno.

Os trabalhadores pretendem seguir o exemplo dos metalúrgicos do ABC e da Grande Curitiba, que estão parados diante da proposta de aumento real insatisfatória feita pelas montadoras.

Os deputados federais Paulinho, presidente da Força Sindical, e Cláudio Magrão, presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Estado de São Paulo, também estiveram presentes ao ato, juntamente com os presidentes de todos os Sindicatos de Metalúrgicos no Estado de São Paulo.

Iugo Koyama

Deputado Paulinho, presidente da Força Sindical

Paulinho lembrou que a campanha dos metalúrgicos serve de parâmetro para outras categorias que têm data-base no segundo semestre. “Vamos à luta que o Brasil precisa dos metalúrgicos do Estado de São Paulo”, incentivou.

“Se for preciso, vamos à greve, numa demonstração de força, assim como estão fazendo os companheiros de Curitiba e do ABC”, afirmou Magrão.

Iugo Koyama

Deputado Magrão, presidente da Federação dos Metalúrgicos de SP

“Estamos preparados para agir da mesma forma porque os empresários não têm do que reclamar, nunca ganharam tanto como nos últimos anos. É justo dividir isso com a categoria”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Jorge Nazareno.

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Jorginho, presidente do Sind. Metalúrgicos de Osasco

A campanha envolve 54 sindicatos de metalúrgicos no Estado, que representam cerca de 700 mil trabalhadores, com data-base em 1º de novembro.

José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, conclama: “Vamos exigir a nossa parte no lucro das empresas, que nunca ganharam tanto dinheiro”.

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Pereira, pres. do Sind. Metalúrgicos de Guarulhos

Texto de Val Gomes, Débora Gonçalves e Cristiane Alves