A exposição fotográfica “86 Anos de Lutas e Conquistas”, que registra a trajetória do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes desde a sua fundação, em 27 de dezembro de 1932, foi aberta ontem (17). A mostra, organizada por diretores, em conjunto com o Centro de Memória Sindical, ficará em exibição até 15 de fevereiro, na sede da entidade (rua Galvão Bueno, 782, Liberdade).
Miguel Torres, presidente do Sindicato, relembra conquistas históricas. “Em 1962, fizemos greve de 31 dias. A categoria queria transformar o abono de Natal em 13º salário. Isso aconteceu no mesmo ano, por lei do presidente Jango. Outra conquista importante foi a redução da jornada de trabalho pra 44 horas. Após muita luta, conseguimos colocar em nossa Convenção Coletiva, em 1985. Anos depois, a jornada foi normatizada pela Constituição. Isso mostra que a luta faz a lei”, afirma.
A abertura da mostra teve presença de dirigentes de diversas categorias e entidades. Paulo Cayres, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos-CUT, ressaltou a posição de vanguarda do Sindicato. “Esses 86 anos são muito simbólicos. Mostram o poder de luta do Sindicato e a importância que tem essa comemoração em função da conjuntura atual, que é de graves ataques aos trabalhadores”, diz.
Carol Ruy, do Centro de Memória, conta que foi trabalhoso, mas gratificante, narrar a história do Sindicato através de fotos. “É sempre importante mostrar para os trabalhadores que as melhorias nas condições de trabalho e vida não vêm do nada. É a luta que traz. Hoje, com o governo de extrema direita, é mais importante ainda conscientizar o povo sobre o papel do movimento sindical”, comenta.
Ex-ministro de Lula, Gilberto Carvalho também compareceu e lamentou a ausência do ex-presidente. “Essa exposição mostra a importância do movimento sindical na vida do brasileiro. Todas as conquistas foram frutos do suor e mesmo sangue de companheiros. Não se pode deixar cair no esquecimento. Lula também é parte dessa história”, afirma.
Para o ex-presidente do Sindicato, Luiz Antônio de Medeiros, a preservação da memória orienta as lutas do presente e do futuro. “Nosso então presidente Affonso Delellis foi preso em 1964 e exilado. Pouca gente sabe disso. Mas quem não cultiva o passado vai sofrer no futuro”, afirma.
João Guilherme Varga Netto, consultor sindical e membro do Diap, elogiou a mostra. “O que vemos aqui é comunicação. Sem a comunicação sindical, não haveria essa trajetória. É uma exposição de fotos da vida do Sindicato. As fotos foram tiradas para serem publicadas. Se foram publicadas, havia veículo. Se há veículo, tem que haver comunicação e profissionais do setor. Na história desse Sindicato, a comunicação foi sempre essencial”, observa. |