Iugo Koyama
Miguel Torres, presidente da CNTM, no 1º de Maio
A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes decidiu, em reunião na manhã desta quinta-feira (2), botar nas ruas uma campanha de reposição das perdas provocadas pela inflação.
“A inflação oficial está em 6,6% (IPCA), a meta do governo é 4,5%, a nossa será de 3%. Toda vez que a inflação atingir esse patamar vamos negociar o repasse com as empresas”, afirmou o presidente do Sindicato e da CNTM, Miguel Torres.
Já a partir desta semana a diretoria vai levar a campanha para as fábricas e convocar os trabalhadores para uma grande assembleia-geral no próximo dia 25, na rua do Sindicato (rua Galvão Bueno, 782, Liberdade), para ampliar a mobilização. Antes dessa data, no dia 14, o Sindicato realizará assembleias com paralisações em várias empresas. Neste dia será realizada em Brasília uma reunião das centrais sindicais com a presidenta Dilma, conforme anúncio feito pelo ministro do Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
“Nossa data-base é novembro. Nosso reajuste na época foi de 8% (inflação mais 2% de real) e de lá até março deste ano a inflação foi de 3,36%, já corroeu nosso ganho real”, disse Miguel Torres.
Segundo Torres, a inflação real é bem maior que a oficial, e os trabalhadores estão pagando a conta. “Os produtos da cesta básica foram desonerados, mas não houve o devido repasse para os preços; o imposto sobre a energia caiu, mas o comércio e indústria beneficiados não repassaram para os preços. Muita coisa na economia é indexada, como aluguel, combustíveis, e os salários, como ficam?”, questiona
O sindicalista cita como exemplo a cebola, que aumentou 55,88% de janeiro a março deste ano e 76,46% nos últimos 12 meses; feijão carioca (22,85% e 26,47%, respectivamente); farinha de mandioca (35,18% e 151,39%, respectivamente); hortaliças (20,71% e 25,45%, respectivamente); ovos (12,13% e 29,75%, respectivamente), aluguel (9,79% nos últimos 12 meses) (Fonte: Dieese).
Precisamos de políticas efetivas para melhorar a produtividade das empresas, para o setor agrícola e sucroalcooleiro, para enfrentar as sazonalidades e diminuir a rotatividade no setor, que chega a 44%.