O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região vem manifestar a sua preocupação com o momento político que atravessa o nosso país.
Um momento em que até os tribunais se politizam, marcado por um racha na sociedade, o qual é animado e insuflado por autoridades que deveriam verdadeiramente trabalhar pela paz, pelo diálogo, pela Democracia e pela Constituição.
Vemos com preocupação e indignação a manifestação do comandante-geral do Exército, Eduardo Villas Boas, que em sua rede social disse: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
A declaração teve diversas mensagens de apoio de outros oficiais.
Trinta e três anos após o final da ditadura temos mais uma vez a sombra dos militares rondando a política nacional.
Como lá em 1964, a alegação pode parecer legítima a maioria, pois seria preciso defender o Brasil, garantir a paz e livrar os cidadãos de bem do comunismo (em 1964) ou da corrupção (em 2018). Não acreditemos. Essa é uma clara ameaça à Democracia, ao único regime que pode ser capaz de permitir a liberdade de crítica, de pensamento e de manifestação.
A liberdade não pode ser sacrificada em nome de uma falsa sensação de segurança.
Em 1968, este Sindicato participou de uma greve, a Greve de Osasco, que se tornou exemplo para o país em termos de luta por liberdade.
E em tantos outros momentos nos levantamos contra as injustiças, não podemos nos furtar a uma veemente manifestação de repúdio a todas as forças que atentam contra a liberdade, o diálogo, a Constituição e a Democracia, que apostam na polarização social para manter seus privilégios.
Seguiremos firmes na luta por um Brasil mais justo, que respeite a todos e todas.
Este é o verdadeiro anseio dos brasileiros o qual, esperamos, que as Forças Armadas compartilhem e respeitem.
Jorge Nazareno, Jorginho
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco