Greve em defesa dos direitos paralisa planta da Mitsubishi, em Goiás
16 out 2017
Metalúrgicos de Catalão/GO
A fábrica da Mitsubishi, em Catalão, Goiás, é palco de uma das primeiras greves contra a reforma trabalhista. Na manhã desta segunda (16), a produção paralisou totalmente, após assembleia conduzida pelo Sindicato. A Agência Sindical falou com José Pereira Borges, diretor do Sindicato local, Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), e Sandro Régio, assessor do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos. Sindicalistas de diversas partes do País apoiam o movimento: metalúrgicos de Guarulhos, Curitiba, Itumbiara, Anápolis, São Paulo e do UAW (Sindicato dos Metalúrgicos dos Estados Unidos).
Comissão – Na negociação de PLR, a empresa tentou impor uma comissão, sem a presença sindical. O fato foi denunciado dia 29 de setembro por Carlos Albino de Rezende, presidente do Sindicato de Catalão, na plenária nacional do movimento Brasil Metalúrgico. A pressão sindical fez a empresa recuar dessa comissão, mas o fato acendeu a luz amarela dos trabalhadores.
Direitos – O Sindicato receia que a empresa queira, desde já, impor a reforma trabalhista, ou seja, cortar direitos e excluir a entidade das negociações. Portanto, a greve visa, também, garantir a Convenção Coletiva.
Pacotão – “A partir de agora, a gente só negocia se for um pacotão. Ou seja, nada de comissão antissindical e total respeito aos nossos direitos assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho, além de uma PLR justa”, afirma José Pereira, que é diretor do Sindicato local (Simecat) e funcionário da empresa.
Miguel Torres, presidente da Confederação (CNTM), está em Catalão. Ele informou à Agência Sindical: “Nosso objetivo é impedir a imposição da reforma trabalhista à Convenção dos companheiros. O movimento Brasil Metalúrgico se encontra presente e outros dirigentes estão a caminho de Catalão”. Miguel Torres, que também preside o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e é vice-presidente da Força Sindical, defende uma solução negociada.
Negociação – Por volta das 10 horas de hoje, a empresa chamou os sindicalistas para reunião. Pode ser o começo de uma solução negociada. De todo modo, haverá assembleia à tarde, a fim de definir os próximos passos da luta.
É forte – Experiente assessor sindical de Guarulhos, Sandro Régio informa que a adesão do setor de produção é total. Ele diz: “Os trabalhadores querem ter a segurança de que seus direitos não serão cortados pela Mitsubishi”.