Na quinta-feira (29), cerca de 3 mil trabalhadores das montadoras de veículos Mitsubishi e de maquinários agrícolas John Deere participaram de uma mobilização contra o corte de direitos e para exigir do governo ações efetivas para o reaquecimento da economia. A mobilização faz parte da campanha nacional “Cortar Direitos Não Gera Emprego! Retomada da Economia Já!”. O “Dia de Unidade de Ação Metalúrgica em Defesa dos Direitos e da Aposentadoria” foi uma paralisação nacional e aconteceu em diversas cidades do País. Em Catalão, simultaneamente, foi realizado também o lançamento da campanha salarial 2016/2017 da Mitsubishi.
Os trabalhadores percorreram aproximadamente 8 km. Após concentração no Distrito Mínero Industrial (DIMIC), eles seguiram pela BR-050, chegaram até o centro da cidade e percorreram a Avenida José Marcelino e 20 de Agosto. O protesto foi encerrado em frente ao prédio da Justiça do Trabalho com um abraço simbólico em sinal de apoio ao órgão, que sofre atualmente com corte nas verbas e risco de parar as atividades, o que representará uma precarização da relação trabalho e capital. A mobilização durou cinco horas e as atividades foram retomadas posteriormente.
“Foi um protesto organizado e os trabalhadores aderiram. Estou bastante satisfeito”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT), Carlos Albino. De acordo com ele, o principal objetivo da paralisação é de mostrar para o governo e os empresários que a sociedade não vai aceitar cortar os direitos dos trabalhadores. “Não adianta usar o discurso de que cortar direitos gera emprego porque isso é uma mentira!”, exclama. “Não vamos aceitar mexer na Previdência. É desumano e absurdo aumentar em mais dez anos o tempo para se aposentar”, lembra o presidente.
No total, foram em média dois milhões de metalúrgicos envolvidos e 600 mil paralisadosem todas as regiões do Brasil. As principais bandeiras de luta da unidade de ação metalúrgica são: em defesa da aposentadoria e contra a reforma da previdência social; em defesa dos direitos trabalhistas; contra o desemprego e a terceirização; por saúde, educação, moradia e transporte dignos para todos; contra o desmonte da justiça do trabalho e pela redução da taxa de juros.
Campanha “Cortar Direitos Não Gera Emprego! Retomada da Economia Já!”
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e a Força Sindical intensificam em todo o país, desde o dia 05 de setembro, a campanha “Cortar Direitos Não Gera Emprego! Retomada da Economia Já!”, com o objetivo de fomentar uma intensa campanha de comunicação não somente nas fábricas, mas também junto à população em geral, para alertar sobre as propostas do Governo Federal e do Congresso que ameaçam direitos e para pressionar por medidas que acelerem a economia e a geração de emprego, sem atingir os direitos dos trabalhadores.
Em Goiás, outdoors foram instalados em Catalão, Anápolis e Goiânia. O mesmo foi feito em nove grandes capitais do País e outros importantes centros urbanos, como: Belo Horizonte-MG, Salvador-BA, Fortaleza-CE, Rio de Janeiro-RJ, Curitiba-PR, São Paulo-SP, Florianópolis-SC, Brasília-DF, Maringá-PR, Londrina-PR, Cascavel-PR, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR.
Campanha Salarial
Além do ato pela manutenção dos direitos, os metalúrgicos de Catalão participaram também do lançamento da Campanha Salarial 2016/2017 da Mitsubishi. Neste ano, a campanha salarial carrega o mesmo slogan da campanha nacional “Cortar Direitos Não Gera Emprego! Retomada da Economia Já!”. A data-base dos trabalhadores da empresa é 1° de novembro. As negociações para definir os reajustes de salário e benefícios devem começar em breve.
Segundo o presidente Carlos Albino, a campanha salarial começou com o pé direito e em meio a uma grandiosa mobilização. Para ele, as boas expectativas se concentram no lançamento de um novo modelo da marca. “Estamos torcendo para que a nova camionete alavanque as vendas. Com isso, vamos conquistar novamente o abono, um aumento digno e outros benefícios”, afirma. Apesar do otimismo, Albino lembra que as negociações não serão facilitadas pela empresa. “Os trabalhadores precisam mobilizar e participar das assembleias. A hora é agora”, diz.
Por Juliana Barbosa – Assessoria de Imprensa SIMECAT