Os trabalhadores da Mitsubishi, em Catalão, decretaram greve nesta segunda-feira, dia 16. Na última quarta-feira (11), eles também fizeram uma paralisação de advertência na montadora. Os metalúrgicos reivindicam o ‘pacotão’, que tem como discussão a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o reajuste salarial, entre outros itens.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) negocia a PLR desde o mês de março e o acordo coletivo de trabalho desde agosto, porém, sem êxito. Na semana passada, a montadora apresentou duas propostas, mas ambas foram rejeitadas pelos trabalhadores durante assembleia. A pauta de reivindicação dos metalúrgicos pede PLR de R$ 7 mil; R$ 3.500 de abono; reajuste salarial com ganho real; vale-alimentação de R$ 400; cesta de natal e retorno do mérito.
Apesar de somente agora ter sido deflagrada a greve, as mobilizações foram intensificadas no mês de agosto, após a empresa impor a criação de uma comissão para discutir a PLR sem a presença do Sindicato. O caso foi parar na justiça e o SIMECAT conseguiu retomar as negociações com a montadora. Já a campanha salarial foi antecipada na tentativa de ser fechada antes que a reforma trabalhista entre em vigor, em 11 de novembro, e coloque em risco direitos já assegurados aos metalúrgicos. A atual paralisação na produção da Mitsubishi ocorre menos de um ano após a última greve realizada, que também reivindicava um acordo coletivo decente.
O presidente do SIMECAT, Carlos Albino, esclarece que a reivindicação dos trabalhadores é justa e coerente. “Há alguns meses a carga de trabalho ficou mais intensa, pois a produção de veículos aumentou e os postos de trabalho perdidos nas demissões em massa não foram repostos. Os funcionários estão sobrecarregados e com certeza merecem um reconhecimento financeiro”, afirma.
Já o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, presente na assembleia desta segunda, reforçou que os metalúrgicos de Catalão precisam resistir e seguir confiantes de que a unidade na luta traz conquistas positivas. Ele também ressaltou que com a reforma trabalhista a situação para a classe trabalhadora ficará ainda mais complicada. “É preciso compreender que sem a atuação do movimento sindical o que irá existir é escravidão e que sem os sindicatos as conquistas e direitos também deixarão de existir”, explica. “A luta de Catalão é também a luta dos metalúrgicos do Brasil”, finaliza.
Os metalúrgicos de Anápolis, Itumbiara, Guarulhos e Curitiba também apoiam o movimento grevista dos funcionários da Mitsubishi. Nesta terça, dia 17, os trabalhadores devem se reunir em assembleia no Distrito Industrial a partir de 6h30. O Sindicato vai apresentar os resultados da mesa de negociação que acontece hoje com a direção da empresa.
Por Juliana Barbosa – Assessoria de Imprensa SIMECAT