Após 4 dias de greve geral na Mitsubishi, os trabalhadores aprovaram a proposta colocada em apreciação durante a assembleia que ocorreu na manhã desta quinta-feira (15). As reivindicações dos metalúrgicos foram atendidas e o movimento grevista foi encerrado. A campanha salarial teve resultado positivo porque os trabalhadores e o sindicato permaneceram unidos e mobilizados.
O acordo coletivo de trabalho 2016/2017 garante aumento salarial de 8,5%, sendo aplicados 6% em janeiro/2017 e 2,5% em maio; 8,5% de reajuste no cartão alimentação, que passa agora para R$ 358,05 (retroativo a novembro); cesta dobrada em dezembro; abono de R$ 3.500, sendo 2,5 mil pagos dia 23 de dezembro e 1 mil em março/2017; reajuste de 8,5% no piso salarial, que passa a ser de R$ 1.573,25.
Mesmo diante de um cenário de recessão, o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) conseguiu fechar um excelente acordo coletivo de trabalho, se comparado com outras montadoras. Além dos reajustes e do abono, os trabalhadores da fábrica terão estabilidade no emprego de 1° de janeiro a 31 de março e não terão os dias de paralisação descontados. Mesmo com o término do movimento grevista, o trabalho hoje (15) foi facultativo. A fábrica retomará a produção amanhã (16).
Para o presidente do SIMECAT, Carlos Albino, a missão foi cumprida. “Foram dias difíceis, longos, com poucas horas de descanso. Mas ver o brilho no olhar dos trabalhadores me fez emocionar e acreditar que realmente a luta vale a pena”, conta. “O dever foi cumprido e a vitória alcançada. Com certeza vai ficar na história e também no coração de cada um que participou deste momento tão importante”, afirma.
Segundo Albino, mais importante que o dinheiro é o respeito. “Dinheiro é bom e necessário, mas o respeito é devido. Às vezes é preciso ir ao extremo para preservar a dignidade”, afirma. Ele lembra que no acordo passado os trabalhadores abriram mão do abono para ajudar a empresa e ela se comprometeu a pagar o abono neste ano, mas na hora da negociação voltou atrás e se negou a cumprir o combinado. “Os trabalhadores só deflagraram a greve por causa da intransigência e falta de respeito da empresa”, explica o presidente.
Cerca de 2.100 trabalhadores participaram da greve que foi marcada por assembleias na porta da fábrica todos os dias e um panelaço pelas ruas da cidade. O movimento grevista contou com apoio de dirigentes sindicais de Catalão, Anápolis, Itumbiara, Goiânia, São Paulo-SP, Gravataí-RS, São Caetano-SP, Volta Redonda-RJ e Curitiba-PR. A campanha salarial foi lançada em 29 de setembro com o slogan ‘Cortar direitos não gera emprego’.
Por Juliana Barbosa – Assessoria de Imprensa SIMECAT