Em assembleia nesta sexta-feira, 9 de dezembro, os trabalhadores da Mitsubishi reprovaram a proposta de acordo coletivo apresentada pela empresa e paralisaram as atividades. Eles decretaram greve e voltaram para casa ainda pela manhã. A greve será encerrada somente após a montadora atender as reivindicações dos metalúrgicos. O movimento grevista é liderado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) e conta com total apoio do presidente da CNTM, Miguel Torres.
A campanha salarial foi lançada em 29 de setembro e, desde então, os representantes da empresa têm sido intransigentes na mesa de negociação. O presidente do SIMECAT, Carlos Albino, relata que eles estão descumprindo um acordo firmado na negociação do ano passado. “Por conta da situação crítica que a empresa passou no último ano, nós abrimos mão do abono salarial, uma conquista de anos dos trabalhadores. Eles nos prometeram pagar o abono normalmente neste ano e agora estão se negando”, conta indignado.
A proposta ofertada pela montadora garante 8% de reajuste salarial a partir de janeiro/2017; 8% de aumento no cartão alimentação; cartão alimentação dobrado em dezembro e R$ 1.660 de abono. Porém, as reivindicações dos trabalhadores são 8,5% de reajuste salarial (índice que corresponde a inflação do período da data-base – 1° de novembro); 8,5% de aumento no cartão alimentação; cartão alimentação dobrado em dezembro e R$ 3.500 de abono.
O presidente Albino lembra que os valores reivindicados são justos. “Sempre lutamos para ganhar aumento real de salário, mas sabemos que a situação econômica do País ainda não é das melhores. Por isso, queremos pelo menos o valor da inflação, para repor as perdas”, explica. Sobre o abono, ele fala que o valor foi prometido pela empresa, portanto deve ser cumprido. “O trabalhador já está pagando uma conta muito alta. Tivemos milhares de demissões de 2015 pra cá. Quem ficou na fábrica está tendo uma hora a mais na jornada. Os trabalhadores devem ser reconhecidos e valorizados”, completa.
Na próxima segunda-feira (12), o Sindicato volta para a porta da fábrica para continuar a mobilização. A greve dos metalúrgicos de Catalão deve contar com o apoio de diversos sindicatos e presença de dirigentes sindicais de todas as partes do País. Constantemente, o SIMECAT realiza assembleias, mobilizações e paralisações. Mas, a última greve que aconteceu na Mitsubishi foi em abril de 2006.
Os diretores Rodrigo de Morais, Carlão e Maurício Forte, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes, participaram da assembleia, representando Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos/CNTM e vice-presidente da Força Sindical.
Por Juliana Barbosa – Assessoria de Imprensa SIMECAT