As fábricas de Osasco e Região amanheceram hoje em luto e protesto. Companheiros, como os que trabalham na Cinpal, Meritor, Spaal e Construmont paralisaram a produção por alguns minutos nesta sexta-feira, 7, pelas vidas perdidas e que ainda serão perdidas por causa da covid-19. Os trabalhadores também protestaram contra as medidas desastrosas do governo federal, que não tem criado políticas eficientes em defesa dos empregos.
“O Estado, o governo, tem obrigação de cuidar da saúde das pessoas, este é um direito universal, a vida é prioridade. Junto disso deve criar políticas que assegurem o direito ao emprego e a renda. A nossa luta deste o início da pandemia é esta e, hoje, ganha força com atos de protestos por todo o Brasil para cobrar, para pressionar uma ação decente do governo federal”, ressalta o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan.
Os atos nas fábricas foram organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, que aderiu ao Dia Nacional de Luto e Luta pela Vida e Empregos, convocado pelas centrais sindicais. Os protestos acontecem em todo o país nas portas das fábricas, empresas e mobilizam trabalhadores de diversas categoriais.
A ação se faz necessária diante do aumento de casos e mortes em decorrência da covid-19 no Brasil. A quinta-feira, 6, encerrou com a triste marca de 98.493 mortes no Brasil em decorrência da doença desde o início da pandemia, segundo balanço do Ministério da Saúde. O crescimento do desemprego também é preocupante.
A taxa de desemprego no país chegou a 13,3%, a maior em três anos, atingindo 12,8 milhões de pessoas. O resultado representa alta em relação ao primeiro trimestre (12,2%) e ao mesmo trimestre do ano anterior (12%). Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgados na quinta-feira, 6, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Somado a todo este caos esta as ações equivocadas e desastrosas do governo federal, as quais desorganizaram e confundiram as ações de enfrentamento à pandemia e ao desemprego no país.
Fortalecer a luta em prol da pauta emergencial
O Sindicato tem intensificado a luta nas fábricas para manter os empregos, salários, a saúde segurança dos metalúrgicos de Osasco e região. Além de reforçar esta atuação, a mobilização de hoje também reforçou a luta do movimento sindical pela pauta emergencial entregue ao Congresso Nacional. Dentre outros pontos, os dirigentes sindicais pedem a derrubada dos vetos do presidente da República que impedem a garantia dos direitos conquistados pelos trabalhadores, por meio da ultratividade, dos acordos e convenções coletivas de trabalho.
“Existe toda uma articulação política que os sindicatos fazem e tem que fazer, conversar com os deputados federais de todos os partidos, fazer aquela pressão para que nossos direitos sejam garantidos. Isso já está sendo feito, já estamos pressionando os parlamentares em Brasília sobre esta questão, sobre a garantia da renda mínima para todos do nosso país, e para garantir que o auxílio emergencial vá até dezembro. Tudo isso é importantíssimo para garantir a renda e emprego de milhões e milhões de pessoas”, explicou João Carlos Gonçalves, o Juruna, na Live realizada pelo Sindicato na quinta-feira, 6.
O Dia Nacional de luto e luta segue ao longo desta sexta-feira, 7, por todo o país para conscientizar os trabalhadores que só com sindicatos fortes conseguimos lutar por direitos, empregos, renda e é por isso que defender as Convenções Coletivas, os acordos coletivos são essenciais. Também é importante para enfatizar a pressão no Congresso Nacional em nome da pauta dos trabalhadores, que também pede a ampliação das parcelas do seguro desemprego e liberação de crédito para as micro e pequenas empresas e o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde).