O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e o Sindicato americano UAW estiveram na tarde de quarta-feira (04), na fábrica da Renault – Nissan, em São José dos Pinhais (PR), para denunciar aos trabalhadores brasileiros as práticas antissindicais e perseguições promovidas pela Nissan contra os trabalhadores da fábrica do Mississipi, nos Estados Unidos. Covardemente, a montadora tem imposto uma agressiva rotina de medo, ameaças e intimidação aos trabalhadores que apenas querem exercer o democrático direito de se organizarem para lutar por direitos básicos dentro da fábrica, mas que são negados pela empresa.
No informativo distribuído hoje aos trabalhadores é contado o recente caso da trabalhadora KAREN CAMP, que atua no setor de pintura, no turno da manhã, e tem sofrido diversos tipos de perseguições e ameaças desde que expos sua vontade de ser sindicalizada.
Intimidação
Segundo Karen as perseguições começaram quando ela resolveu usar uma camiseta com o logotipo do Sindicato dentro da empresa. Seu supervisor disse que se ela continuasse usando a camiseta seria demitida. Outro caso envolvendo Karen foi quando a trabalhadora postou um slogan do Sindicato em sua rede pessoal do Facebook e o supervisor disse que se ela não apagasse essa e todas as outras postagens relacionadas ao Sindicato iria pagar um preço alto.
Chamada para uma reunião privada com os supervisores, Karen deixou claro que estava na hora da Nissan permitir a formação de um Sindicato na fábrica para facilitar a relação da empresa com os trabalhadores. De novo foi ameaçada.
Há partir desse fatos, Karen decidiu, de maneira corajosa, tornar pública sua opinião favorável ao Sindicatos na fábrica e tem lutado por isso, distribuindo fichas do Sindicato aos trabalhadores e promovendo campanhas sobre a necessidade da sindicalização. Está pagando um preço alto por isso, através das ameaças e intimidações que recebe por parte da empresa.
Nissan EUA: Medalha de ouro em desrespeito aos trabalhadores
Sem Acordo Coletivo, os trabalhadores não tem direito e nem voz dentro da fábrica. A montadora se nega a estabelecer qualquer forma de diálogo seja com Sindicato ou órgãos governamentais, como a OCDE, que poderiam mediar alguma discussão com o objetivo de solucionar problemas na fábrica, que colocam em risco a segurança e saúde dos trabalhadores.
O curioso disso tudo é que a Multinacional é uma das principais patrocinadoras dos Jogos Olímpicos, que acontecerão no Rio de Janeiro, em 2016. Porém, bem longe do espírito olímpico, que caracteriza o respeito, o bom relacionamento e amizade entre os povos, a Nissan EUA age de forma arbitrária e anti- democrática ao perseguir trabalhadores que sé querem ter a liberdade de se organizar para lutar pelos seus direitos.
SMC a UAW lançam campanha para forçar Nissan EUA a respeitar os trabalhadores
A campanha que a UAW faz no Brasil, além de denunciar o que acontece na Nissan EUA, tem o objetivo de forçar a fábrica americana a respeitar a liberdade dos trabalhadores e permitir que se forme um Sindicato na fábrica. “Acreditamos na solidariedade dos trabalhadores brasileiros e por isso estamos pedindo que nos ajude a divulgar a situação precária dos trabalhadores da Nissan EUA e sua luta pela liberdade de organização”, diz o representante da UAW no Brasil, Rafael Guerra.
Ajude-nos, acesse as redes sociais, deixe sua mensagem de apoio e exija que a Nissan respeite os trabalhadores.
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Veja as imagens da ação de hoje, acessando o Facebook do Sindicato:www.facebook.com.br/metalurgicosdecuritiba