Os metalúrgicos da Arim suspenderam nesta sexta-feira, 29, a paralisação que durava três dias e decidiram aguardar em estado de greve o resultado da audiência de conciliação sobre a pauta de reivindicações. O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região solicitou a intermediação ontem ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
Até lá, a empresa não pode fazer demissões, descontar salário ou propor compensação dos dias parados.
A luta dos trabalhadores é pelo avanço na pauta de reivindicações, que garante conquistas históricas. Enquanto isto, a empresa já demonstrou interesse, por exemplo, em realizar terceirização da mão de obra. Em assembleia, o presidente do Sindicato, Jorge Nazareno lamentou a postura da Arim de não negociar.
“O problema não é uma questão financeira. Tanto que a empresa antecipou o reajuste: 2,55%, embora a data base foi de 3%. O que a empresa não quer negociar são outras questões, como cesta básica e o acordo coletivo, que garante um monte de direitos que a empresa insiste em retirar”, destacou Jorge Nazareno, que completou: “O Sindicato está aqui porque tem demanda, porque fomos chamados pelos trabalhadores”.
O secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan, destacou a pressão psicologia da empresa encima dos trabalhadores. Além de ameaçar atrasar o pagamento do salário e da primeira parcela do 13º, a empresa ordenou os líderes a ligar para cada trabalhador, afim de pressionar o fim da mobilização. Mas os trabalhadores resistiram.
“Vocês foram resistência, valorosos e conscientes porque passaram pela maior batalha psicológica que foi o bombardeiro de informação que a empresa usou para fazer com que vocês rompessem com o movimento, que é legitimo, sem apresentar uma proposta”, destacou o diretor Everaldo dos Santos.
O movimento de luta dos trabalhadores teve início na quarta-feira, 27, e contou com o apoio de dirigentes sindicais metalúrgicos de várias regiões, como Guarulhos, São Paulo, Jundiaí, Piracicaba, Santa Barbara D’Oeste, Santo André e Mauá. Nesta sexta-feira, dirigentes da região de Osasco outras categorias também prestaram solidariedade.
“Independente da categoria, o nosso lado é do lado do trabalhador. O movimento sindical precisa estar unido para que os direitos sejam respeitados. Perder conquistas históricas custará caro para os trabalhadores, o caminho é a luta e resistência até que este momento de ataques aos direitos passe”, avaliou José Elias de Gois, presidente do Cissor (Conselho Intersindical de Saúde de Osasco e Região).
Auris Sousa
Assessoria de Imprensa