Soraia Abreu Pedrozo e Tauana Marin
A assembleia dos metalúrgicos de Santo André e Mauá marcada para hoje foi adiada para amanhã. Sem proposta patronal sobre o reajuste salarial, os trabalhadores do setor vão votar se iniciam ou não a greve.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino da Silva, o Martinha, até o momento as empresas não propuseram nada que fosse de encontro com as reivindicações da categoria.
Os trabalhadores pedem 10% de reajuste salarial – composto pela reposição da inflação de 4,6 % mais 5,4% de reajuste real -; piso salarial único; jornada de 40 horas semanais; estabilidade para os acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais, entre outros.
O principal objetivo da campanha é, de acordo com Adonis Bernardes, secretário-geral do sindicato, recompor a perda de poder aquisitivo, assim como todos os anos é feito.
Hoje, cada setor econômico da categoria – autopeças, fundição e eletroeletrônicos e máquinas – possui piso que varia de R$ 720 a R$ 860. Caso o reajuste seja aprovado, os salários passam R$ 792 e R$ 946, respectivamente.
“Os pagamentos dependem também do porte da empresa. Aquelas com até 100 trabalhadores geralmente oferecem piso 10% menor”, conta Adonis.
PRAZO – Desde o mês passado, os trabalhadores têm se reunido em assembleias para discutir a campanha deste ano, cujo a data-base é dia 1º de novembro. O limite para o sindicato decidir a situação é até a próxima quarta-feira.
Adonis revela que, por ora, 18 empresas já manifestaram interesse em negociar diretamente com o sindicato, entre elas: Eluma, Polimetri e Tupi. “Estamos fazendo acordo em empresa por empresa para fazer com que elas aceitem a proposta e ninguém tenha de entrar em greve”, aponta.
A categoria possui 24 mil metalúrgicos que trabalham em cerca de 1.200 empresas em Santo André e Mauá.