Fabricantes de eletrodomésticos, calçados e siderúrgicas contratam
Márcia De Chiara
Nas fábricas de geladeiras, fogões e máquinas de lavar, que também foram beneficiadas pelo corte do IPI, o cenário é favorável ao emprego. A Whirlpool contratou 1.300 trabalhadores temporários desde maio em Rio Claro (SP) e Joinville (SC). Desse total, 400 foram efetivados em junho. “A tendência é efetivar os demais”, diz o diretor de Relações Institucionais, Armando Annes do Valle.
A Electrolux também contratou, desde maio, 600 trabalhadores como efetivos nas fábricas de Curitiba (PR), São Carlos (SP) e Manaus (AM). “Estamos avaliando novas contratações para este semestre. Pode chegar a mil vagas”, afirma o diretor de Marketing, Ricardo Cons. Ele diz que o crescimento das vendas de mais 20% no mercado doméstico no primeiro semestre m razão do corte do IPI a partir de abril provocou o aumento nas contratações. Hoje, com aproximadamente 7 mil funcionários, a companhia já repôs o total de trabalhadores dispensados na virada do ano.
A maior procura no mercado interno por carros, máquinas de lavar e geladeiras puxou a produção de aço e as contratações nas siderúrgicas. A CSN, por exemplo, abriu 700 vagas até julho em Volta Redonda (RJ) e tem previsão de ofertar mais 200 postos de trabalho no mês que vem. Desse total, 411 trabalhadores foram efetivamente contratados. A maioria é de ex-funcionários demitidos na virada do ano.
A recuperação no emprego industrial não ocorre apenas nos bens duráveis, que foram beneficiados pela maior oferta de crédito e o corte no IPI. A indústria de vestuário e calçados figura numa lista da FGV de oito segmentos com maior peso na produção industrial e com perspectivas favoráveis de recuperação do emprego previsto para três meses.
Nessa direção, a Bottero, maior fabricante de calçados femininos em couro, acaba de abrir 400 vagas nas três unidades no Rio Grande do Sul. “Já preenchemos metade delas. As demais devem ser ocupadas até o fim deste mês”, prevê o diretor Administrativo e Financeiro, Marco Antônio Coutinho.
Depois de demitir 150 funcionários no segundo semestre de 2008, a empresa repôs os quadros no primeiro semestre. Coutinho diz que a mudança de rota ocorreu em razão dos bons resultados deste ano. O faturamento e a produção cresceram 10% entre janeiro e junho deste ano ante igual período de 2008.
“O mercado interno, que responde por 85% das vendas, está bom para nós, que fabricamos calçados de couro”, diz Coutinho. Animado com o cenário, ele já prevê a abertura de mais 400 vagas para o primeiro semestre do ano que vem.