PEDRO SOARES DO RIO
ANA CAROLINA OLIVEIRA DE BRASÍLIA
Dados do mercado de trabalho mostraram um cenário ainda aquecido no país em março e indicaram que as medidas para esfriar a economia e conter a inflação não surtiram efeitos esperados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou que a taxa de desemprego se manteve em nível historicamente baixo -6,5%, menor nível para os meses de março desde 2002.
O rendimento do trabalhador voltou a crescer -0,5% ante fevereiro. Frente a março de 2010, subiu 3,8%.
Para Fábio Romão, economista da LCA, os resultados revelam que a renda e a criação de postos de trabalho estacaram o movimento de desaceleração dos meses anteriores. O número de pessoas ocupadas cresceu 2,4% frente igual mês de 2010.
“O mercado de trabalho das metrópoles está mais resistente ao aperto monetário do que o esperado.”
No mercado formal, a criação de empregos caiu 65% em relação a março de 2010, em todo o país. Foram gerados 92.675 vagas, segundo dados do Ministério do Trabalho. Mas o ministro Carlos Lupi disse que o resultado é pontual e se deve à antecipação de contratações em fevereiro, para o Carnaval, ao fim do ciclo sucroalcooleiro no Nordeste e às fortes chuvas, que afetaram a produção.
Lupi não acredita que a alta de juros e do IOF para empréstimos justificam a queda no emprego. “Não tem desaceleração da economia (…) Acho que vamos ter um abril aquecido”, disse, afirmando que o efeito das medidas, se houver, será pequeno no mercado de trabalho.