Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

“Como sabemos, houve um agravamento da crise econômica internacional (EUA, Japão e Europa) que pode atingir o Brasil com uma intensidade ainda desconhecida. Ao movimento sindical, a nosso ver, cabe lutar para reduzir os efeitos da recessão mundial. E o grande trunfo é o aumento dos ganhos dos trabalhadores para fortalecer o mercado interno.

Aliás, foi o dinamismo do mercado interno que impediu no final de 2008 uma queda radical na produção e o desemprego em massa. O Brasil foi uma das últimas nações a sentir os efeitos da crise e um dos primeiros a superar aquele momento tenebroso que tomava conta do mundo.

A superação se deu por conta da nossa luta pela valorização dos salários, especialmente o acordo das centrais sindicais de recuperação do poder de compra do salário mínimo, o aumento da oferta de crédito dos bancos oficiais para a população ir às compras e a redução ou corte de impostos.

Portanto, foi incremento do consumo interno que segurou os empregos e promoveu aumento do faturamento das empresas no País. Por isto tudo, os dirigentes sindicais precisam fortalecer as campanhas salariais e ser intransigentes na reivindicação por aumento real de salário.

Há espaço para bons acordos porque a economia ainda está aquecida, especialmente os setores de serviços, comércio e agropecuária. Por enquanto, até a indústria  mostra bom desempenho, segundo o Dieese.

É preciso ressaltar que a decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic foi acertada, porém o governo precisa acelerar o corte de juros. Outra decisão correta foi o aumento de 30 pontos percentuais no IPI dos carros importados para manter os empregos do setor. Agora, vamos cobrar as contrapartidas sociais e tecnológicas”.

Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal – PDT/SP
Artigo publicado no ForçaMail