por Miguel Torres
Segundo dados do IBGE, o Brasil soma hoje 4,8 milhões de trabalhadores que desistiram de procurar emprego. A razão principal deste desalento é a dificuldade de encontrar vagas no mercado de trabalho neste período de crise.
Se somarmos os mais de 13 milhões de desempregados, os desalentados e os subocupados – que são os que gostariam de trabalhar mais que 40 horas por semana –, faltam trabalho e perspectiva a mais de 27 milhões de brasileiros.
Não podemos nos calar diante deste cenário triste e cruel para a classe trabalhadora, para os chefes de família, para os jovens e para o futuro do País.
Os atuais governadores, presidente da República e prefeitos têm responsabilidade sim e precisam adotar medidas JÁ contra o desemprego!
Basta terem coragem e vontade política e exercerem o poder executivo que a população lhes destinou por meio do voto. Vão querer “terceirizar” isto também, jogando toda a responsabilidade para o futuro, para 2019, nas costas dos que forem eleitos?
Exemplos – já entregamos à prefeitura de São Paulo propostas voltadas para a industrialização, o desenvolvimento das pequenas e micro empresas, a geração de emprego e renda, a qualificação profissional e as frentes de trabalho.
Reforçamos ao prefeito Bruno Covas a necessidade de se adotar urgente nossa antiga reivindicação: o vale-transporte gratuito para os desempregados, pois muitos deixam de procurar emprego por falta de dinheiro para a condução. São propostas que todas as prefeituras do País podem e deveriam adotar.
O governo de São Paulo e os demais governadores também podem ajudar a conter a alta do desemprego com medidas emergenciais e investimentos no setor produtivo e na indústria.
O governo Temer, por sua vez, ajudaria muito se parasse de fantasiar os números e a realidade.
Aos empresários que apoiaram a reforma trabalhista, achando que diminuir ou tirar direitos seria o remédio para todos os males, sugerimos que façam autocrítica e respeitem nossas lutas por empregos de qualidade e para que a classe trabalhadora conquiste melhores salários, mais direitos, benefícios e condições dignas de trabalho.
Movimento sindical reivindica geração de emprego
As centrais sindicais lançaram este ano a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, com 22 propostas para recolocar o Brasil nos trilhos do crescimento.
O item 1 deste documento propõe a criação de “políticas, programas e ações imediatas para enfrentar o desemprego e o subemprego crescentes”, com “frentes de trabalho emergenciais com atenção especial aos jovens”, com a “retomada das obras de infraestrutura” e com “políticas de amparo aos desempregados: aumento das parcelas do seguro-desemprego, vale-transporte para o desempregado, vale-gás e subsídio de energia, entre outros”.
É lógico que iremos exigir dos eleitos em outubro o compromisso com nossas propostas desenvolvimentistas, mas os que ocupam hoje as cadeiras do poder precisam se levantar e agir JÁ contra a tragédia do desemprego e o caos social.
Miguel Torres
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e interino da Força Sindical