“Causou estranheza e perplexidade a entrevista do ministro Guido Mantega, da Fazenda, afirmando que irá reduzir despesas como o seguro-desemprego, o abono e o auxílio-doença.
O infeliz comunicado revela que o ministro age como um Robin Hood às avessas. Para fazer superávit primário, devido aos juros altos, Mantega quer retirar direitos dos trabalhadores e oferece benefícios aos especuladores.
É inadmissível que o ministro da Fazenda Guido Mantega, em fase de despedida do governo, queira fazer os trabalhadores pagarem a conta de políticas econômicas equivocadas, que sempre visam privilegiar os especuladores em detrimento da produção e do emprego.
Vale ressaltar que temos a triste marca de sermos campeões mundiais de juros, que passamos por um processo de desindustrialização, registramos uma expressiva queda no nível de atividade econômica, estamos presenciando a inflação voltar com força e teremos um PIB anêmico em 2014.
O governo precisa rever sua política econômica. Manter os juros nas alturas e aumentar tarifas não contribui em nada para alavancar nossa economia.
Não vamos nos calar diante de mudanças trabalhistas e previdenciárias, feitas na calada da noite, que penalizem os trabalhadores brasileiros. Qualquer mudança deve ser ampla e democraticamente debatida com as Centrais Sindicais, que são representantes legítimas da classe trabalhadora.
O governo precisa abrir o diálogo com os trabalhadores.
Temos muito a contribuir para melhorar o País. Melhoras estas que passam pela Pauta Trabalhista, que cobra, entre outros pontos, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a política de valorização do salário mínimo, a revogação do Fator Previdenciário, reajustes dignos para os aposentados, juros menores, a correção da tabela do IR, a destinação de 10% do PIB para a saúde, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e investimentos em saúde, educação, segurança, transporte e moradias”.
Por Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes