Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Mantega acena com corte de juros para 6%

Jornal da Tarde

ADRIANA FERNANDES
CÉLIA FROUFE
EDUARDO CUCOLO

Pressionado por denúncias de irregularidades na Casa da Moeda e brigas políticas no Banco do Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, resolveu antecipar ontem aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) boa parte das medidas em estudo para socorrer a indústria, que estão sendo chamadas de Plano Brasil Maior 2, a segunda fase da política industrial. Mantega defendeu também que a taxa de juros básica da economia (Selic) caia ao nível da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6% ao ano.

O ministro prometeu uma estratégia ampla para proteger os setores mais prejudicados pela competição externa e garantiu dinheiro mais barato para as empresas nessa fase de grande “sofrimento”.

Guido Mantega durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômic
os, no Senado (Foto: ANDRE DUSEK/AE)  

O BNDES e o Banco do Brasil vão liberar empréstimos para capital de giro com taxas de juros menores. A medida dará mais fôlego para as empresas nas suas operações do dia a dia. A última vez que isso aconteceu foi em 2009, quando a economia desacelerou por causa da crise internacional.

“O Brasil não vai ficar sem indústria, não vamos abandoná-la. País que só tem commodities não é forte”, disse Mantega, que tentou reverter as pressões, optando por apresentar uma “agenda positiva”.

Desindustrialização
Com o fantasma da desindustrialização rondando o Brasil, o ministro disse que a administração do câmbio é o principal instrumento de defesa do País.

Embora tenha admitido que algumas das intervenções têm efeitos colaterais negativos, Mantega afirmou que as medidas vão continuar. “O tiro (no câmbio) é dado com uma carabina 12 e os estilhaços se espalham”, disse.

Segundo ele, o real estaria hoje em R$ 1,40 se o governo não tivesse adotado as medidas. A taxa Selic mais baixa, convergindo para o patamar da TJLP, também vai ajudar as empresas a aumentar os investimentos. Sem as medidas, o ministro acredita que “toda a indústria já estaria quebrada”.