Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Manifestação na Paulista pede PLR sem IR

Fotos Jaélcio Santana

A Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, foi palco na quinta-feira (22) de uma grande manifestação unificada de metalúrgicos, bancários, petroleiros, eletricitários, químicos contra o desconto do Imposto de Renda na PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), abonos salariais e adicional de férias dos trabalhadores.

As agências bancárias da região permaneceram fechadas até meio-dia, em adesão à campanha dos sindicatos, da Força Sindical e da CUT, pela PLR sem imposto.

Um ato foi realizado em frente à sede do Banco Central, em São Paulo, na altura do número 1.804 da avenida, para cobrar justiça tributária e chamar a atenção da população para a importância de isentar a PLR dos trabalhadores da cobrança do imposto.


Miguel Torres (no centro) com diretores,
coordenadores e assessores do Sindicato

“É uma distorção o empresariado não pagar imposto de renda sobre os lucros e dividendos e o trabalhador pagar”, afirmou o presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres.

O vice-presidente do Sindicato, Tadeu Morais, disse que esta é uma luta de todos os trabalhadores brasileiros. “Queremos isenção, porque salário não é renda, e vamos pressionar o Congresso Nacional a aprovar as emendas dos deputados Paulinho da Força e Vicentinho, que isentam a PLR, os abonos salariais e as férias do desconto do imposto”, afirmou.


Tadeu e David

Tadeu disse ainda que a luta também é pelo fortalecimento da indústria e pelo emprego de qualidade e chamou os trabalhadores para o ato pelo emprego e contra a desindustrialização, no dia 4 de abril, em São Paulo.

O secretário-geral do Sindicato, Arakém, enfatizou que “não é justo descontar imposto dos trabalhadores quando empresários e acionistas de bolsas não pagam imposto. É com a ação dos trabalhadores que vamos ter um país mais justo com crescimento econômico e social”, disse.


Secretário-geral Arakém

Arakém lembrou que, em 2009, quando o Brasil começou a sofrer os efeitos da crise financeira internacional, o presidente Lula convocou a população a não parar de comprar, aumentou o salário mínimo, os benefícios dos aposentados, os trabalhadores conquistaram aumento de salário e isso fez a economia girar. “Não é tirando do bolso do trabalhador, mas de quem ganha mais, que vamos aquecer a economia. Vamos chamar a atenção dos parlamentares que nos representam para que aprovem o fim do imposto nos ganhos dos trabalhadores”, disse.

Outras lideranças sindicais presentes ressaltaram que isentar a PLR do imposto significa colocar mais dinheiro no bolso dos trabalhadores, que irá para o consumo, gerar mais produção e emprego e impulsionar a economia. E cobraram que o Brasil precisa fazer uma reforma tributária justa para cobrar mais de quem ganha mais e cobrar menos de quem ganha menos.

Um dia antes do ato na Paulista, a campanha pela isenção da PLR do IR já havia reunido 20 mil trabalhadores metalúrgicos numa marcha pela rodovia Anchieta, no ABC paulista. Também na quarta-feira (21), dirigentes sindicais, entre eles Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, reuniram-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e Gilberto Carvalho, da secretaria-geral da Presidência da República, para pedir o fim da cobrança do imposto na PLR e que a PLR seja tributada separadamente do salário. Hoje o imposto incide sobre a soma do salário com a PLR, o que muitas vezes eleva a faixa de renda do trabalhador na tabela do IR.

Congresso – Na próxima terça-feira, dia 27, sindicatos e centrais sindicais voltarão a Brasília para pressionar os parlamentares do Congresso Nacional a aprovar as emendas dos deputados Paulinho da Força (PDT-SP) e Vicentinho (PT-SP) à Medida Provisória 556, que prevê a isenção e está na pauta de votação da Câmara.