Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Mais pobres têm maior deflação desde 2005

Agência O Globo, do Rio

A queda no preços dos alimentos fez o Índice de Preços ao Consumidor-Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos mensais, recuar 0,57% em setembro. A taxa, divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi a menor desde agosto de 2005, quando o índice registrou queda de 0,74%.

O IPC-C1 recuou no último mês mais do que o IPC-BR – que mede a inflação para famílias que ganham até 33 salários mínimos -, mas as taxas acumuladas continuam mais elevadas. O índice que mede a inflação para os mais pobres avançou 5,66% no ano e 7,47% nos últimos 12 meses, enquanto o IPC-BR acumula alta de 4,44% e 5,60% respectivamente.

Os preços dos alimentos, que já tinham recuado 1,35% em agosto, ficaram 1,65% mais baratos em setembro. De acordo com a FGV, “os destaques partiram de gêneros alimentícios importantes para as famílias de baixa renda”. O leite tipo longa-vida caiu 6,64%, e o óleo de soja teve queda de 7,86%. O custo da eletricidade ficou 0,98% menor em setembro e a telefonia fixa ficou praticamente estável (-0,01%), após subir 2,20% no mês anterior.

Contribuíram também para o recuo do índice os grupos educação, leitura e recreação (de 0,26% em agosto para -1,03% em setembro) e saúde e cuidados pessoais (de 0,22% para -0,08%).A ausência de reajustes em agosto e setembro para os transportes públicos manteve a taxa do grupo transporte com variação nula. Por outro lado, os mais pobres gastaram mais em setembro com vestuário (alta de 0,43%) e despesas diversas (elevação de 1,45%).