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Mais de 200 milhões deixam miséria, diz Banco Mundial

Crescimento da China é o principal motivo para a redução; 25,7% da população mundial ainda vive abaixo da linha da pobreza

DA REDAÇÃO

Devido especialmente ao avanço da economia chinesa, pouco mais de 200 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento deixaram a linha da pobreza entre 2002 e 2005, segundo estudo do Bird (Banco Mundial). Mas, de acordo com o levantamento, ainda há 1,4 bilhão de miseráveis no mundo -pessoas que têm poder de compra de até US$ 1,25 diário.

Em 2005, 25,7% das pessoas nos países em desenvolvimento viviam abaixo da linha da pobreza, mais da metade do que era 24 anos antes, quando os miseráveis representavam 52,2% da população. Na comparação com 2002, a queda foi de 5,3 pontos percentuais.

A redução no número de miseráveis no mundo é quase um reflexo da expansão chinesa, cuja economia tem crescido mais de 10% nos últimos anos. No período de 2002 a 2005, o total de chineses abaixo da linha da pobreza caiu em 155,5 milhões, representando 14,84% dos miseráveis no mundo (ou 207,7 milhões de pessoas). Em 2002, eles eram 22,32% da população global com renda diária de no máximo US$ 1,25.

A importância do crescimento chinês para a diminuição da miséria mundial é ainda mais expressiva quando a comparação é feita com 1981, ano em que o Bird iniciou o estudo. Na ocasião, eram 835,1 milhões de chineses vivendo com até US$ 1,25 por dia, o equivalente a 43,6% dos miseráveis da época.

Na América Latina e no Caribe, eram 45,1 milhões de pessoas que viviam abaixo nível da pobreza em 2005, 6,6 milhões menos que três anos antes. O contingente é similar ao de 1981, quando eram 44,9 milhões que tinham renda diária de até US$ 1,25. Em termos percentuais, os miseráveis representavam 8,2% da população da região, ante 10,1% em 2002 e 12,3% em 1981.

O levantamento divulgado ontem foi o primeiro em que o Bird usa o novo cálculo de paridade do poder de compra (PPP) para comparar a renda e eleva para US$ 1,25 a linha da pobreza. Pelo método anterior, eram 931 milhões de pessoas vivendo com até US$ 1,08 por dia.

O Bird ressalta que, devido a “atrasos na disponibilidade dos dados”, o estudo não reflete as elevações expressivas nos preços dos alimentos desde 2005. Recentemente, o presidente do Bird, Robert Zoellick, disse que a “crise alimentícia global” pode levar à fome mais 100 milhões de pessoas.