Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Maior central sindical da Itália aceita acordo para salvar Alitalia

Confederação Geral do Trabalho aprova proposta pela companhia aérea

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No dia em que a Alitalia perderia sua licença de vôo, a CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho), maior central sindical italiana, que vinha resistindo à compra da companhia aérea por um grupo de investidores italianos, aprovou ontem a operação de venda da empresa estatal, que está à beira da falência e corria o risco de ser proibida de voar.

O sindicato de trabalhadores concordou com a operação durante reunião com o governo italiano, da qual participaram também três outras confederações sindicais da Alitalia (UIL, CISL e UGL). As três siglas já tinham aceito a venda da companhia em proposta feita na semana passada -e depois retirada- pelo CAI (Companhia Aérea Italiana), grupo formado por 18 empresários italianos.

“Houve um movimento a favor hoje [ontem], portanto, a licença provisória não está mais em risco”, disse o chefe da aviação civil italiana (Enac), Vito Riggio, em referência à ameaça de perda da permissão de voar caso a Alitalia não conseguisse resolver sua situação financeira. O acordo, no entanto, ainda tem de ser assinado pelas quatro centrais sindicais.

Os cinco outros sindicatos da Alitalia, que representam os pilotos e o pessoal de bordo, não estavam presentes na reunião, o que ainda gera incertezas sobre a aplicação do plano de resgate da companhia.

Os empresários italianos interessados na compra da empresa haviam retirado sua oferta no dia 18 passado, devido à discordância da CGIL e dos sindicatos de pilotos e pessoal de navegação. Mas eles aceitaram voltar atrás, após mediação do governo italiano, que conseguiu retomar as negociações.

Segundo o comissário extraordinário da Alitalia, Augusto Fantozzi, o CAI concordou agora em manter a oferta de compra até o dia 18 de outubro.

Fantozzi disse ainda que “uma nova Alitalia pode surgir já em meados de outubro” e fez um apelo para que os passageiros, que estavam evitando a empresa, voltem a reservar vôos na companhia.

Sofrendo as conseqüências da alta dos preços dos combustíveis e de uma baixa no setor aéreo, a Alitalia vinha funcionando à beira de um colapso havia alguns anos, devido a intervenções do governo e despesas com os sindicatos.