“Há aproximadamente dois anos, o nosso Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense vem lutando em defesa dos postos de trabalho na região, e temos nos debruçado incessantemente em defesa dos direitos e empregos dos companheiros metalúrgicos. Sendo através de articulações com os governos estadual e federal, ou através da assinatura de acordos e convenções coletivas com as empresas, que priorizem a proteção dos empregos.
Todos sabem que o setor siderúrgico é um dos que mais tem sofrido com a crise econômica que assola o país e aqui, o Sul Fluminense tem sido diferente. Temos na região a Companhia Siderúrgica Nacional, que concentra suas atividades em siderurgia, mineração, infraestrutura e cimentos, já chegou a empregar em torno de 23 mil trabalhadores (na década de 80) e que, hoje, tem funcionado com, aproximadamente, 10.800 metalúrgicos contratados diretamente e mais 7 mil trabalhadores indiretos.
Temos também as grandes montadoras como MAN, PSA Peugeot Citröen, Hyundai, Nissan e Jaguar Land Rover. Sem falar nas indústrias que fornecem produtos específicos para o setor. Enfim, um cinturão que gera milhares de empregos, impulsionados pelo próprio desenvolvimento e crescimento das cidades e da região como um todo. E é em defesa desses trabalhadores que temos atuado, criando políticas alternativas para garantir um meio de sustentação de suas famílias, na nossa Região.
Dentro dessa mesma visão, agora, recentemente, nos defrontamos com a ameaça do fechamento de milhares de postos de trabalho só em Volta Redonda, através da ameaça feita pela CSN da necessidade de um ajuste de produção, que colocaria em risco o emprego de três mil trabalhadores, com a paralização do alto forno2 e a sinterização para reparos.
Tivemos que parar a empresa, exigindo o fim imediato das demissões e o restabelecimento das negociações sobre os direitos de todos os trabalhadores da empresa, que também foram ameaçados. Assim como não aceitamos negociar a perda de direitos, como a jornada de 6 horas no turno ininterrupto de revezamento, a bonificação de 70% de férias, entre outros.
Infelizmente, a empresa demitiu, de imediato, 700 trabalhadores, mas conseguimos manter os outros 2.300 empregos que estavam em risco também. E para os demitidos, conseguimos o manter o plano de saúde por até 90 dias e mais duas recargas no cartão alimentação que somam o valor de R$ 700 para amenizar a situação desses companheiros demitidos.
Nós, sindicalistas, temos o dever de lutar em defesa dos direitos conquistados, sempre na perspectiva de mais conquistas e, num momento como este, temos que ter a capacidade de articular com os governantes e negociar com as empresas as melhores condições para nossos trabalhadores. Este é o compromisso para que fomos eleitos e temos que preservá-lo até as últimas consequências”.
Silvio Campos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense