Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Miguel Torres

A luta faz a lei e nós confiamos na luta, afirma Miguel Torres

O último programa da série “Sindicalismo pós-reforma trabalhista”, no Repórter Sindical na Web, foi transmitido pela TV Agência Sindical na noite da última quinta, dia 31 de agosto. O apresentador João Franzin recebeu o metalúrgico Miguel Torres, presidente do Sindicato da categoria em São Paulo, da Confederação (CNTM) e vice-presidente da Força Sindical.


Miguel Torres com o apresentador João Franzin no estúdio da Acesp

Idealizador do movimento “Brasil Metalúrgico”, que agrega trabalhadores de todo País, ele e outros dirigentes se uniram contra as investidas do governo Temer contra os direitos da classe trabalhadora. “O movimento é de unidade de um dos principais setores da nossa economia. Ele nasceu antes das manifestações deste ano e antes da greve geral. Naquele momento, ele demonstrou a importância da unidade e que ela da certo”, diz Miguel.

Unidade – O dirigente explica que, como não foi possível articular a coincidência das datas-bases, essa unificação ocorre na unidade de ação. “Conseguimos unir os metalúrgicos do País e estabelecer uma resistência contra as reformas. Hoje apostamos no que nos une”, lembra.

O “Dia Nacional de Luta, Protestos e Greves”, em 14 de setembro, é o próximo evento unificado. “Será um dia para demonstrar à sociedade que nós não arredaremos o pé de enfrentar essa reforma. Vamos resistir e ter avanços na defesa dos direitos”, explica o metalúrgico.

Dia 29 de setembro, acontece a Plenária Nacional, que irá organizar o prosseguimento da mobilização em defesa dos direitos.

“Confederações, Federações e Sindicatos têm se reunido para conversar e articular as lutas. Isso é uma vitória. A unidade está sendo feita na prática”, afirma o sindicalista.

Campanha salarial – Os metalúrgicos da CUT, Conlutas e Intersindical têm a data-base em 1º de setembro e já estão em negociação. Miguel comenta que as negociações desenvolvidas até agora mostram como as campanhas serão difíceis. “Até o momento não avançaram em nada. A contrapauta do patronato é retirar pontos da Convenção Coletiva. Isso mostra que a ofensiva não terminou só na reforma trabalhista”, avalia.

O dirigente ressalta que, além dos ataques a direitos trabalhistas e previdenciários, ocorre algo mais grave no País que os trabalhadores terão que enfrentar: é o ataque à soberania nacional. “Estão fazendo leilão da Eletrobras por 20 bilhões, só uma usina custa isso e a Eletrobras tem 34. Estão entregando o País e não podemos deixar que isso aconteça”, enfatiza.

Orientação – Miguel lembra que este ano, em agosto, comemorou-se 100 anos da primeira greve geral no País. “Naquele momento o trabalhador não tinha nada. Mas a partir daquela greve conseguiram iniciar a discussão dos direitos como regulamentação da jornada e trabalho decente”. E conclui: “Tudo que ocorreu veio da luta e participação do trabalhador e das organizações sindicais. A luta faz a lei e nós confiamos na luta”.