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Lula reforça aposta no mercado interno para reativar economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou as apostas no mercado interno como principal elemento para reativar a economia brasileira, deixando claro que a recuperação dos mercados internacionais é bem-vinda e esperada, mas ainda uma incerteza.

 

Nesta segunda-feira (27), no programa semanal de rádio “Café com o Presidente”, Lula destacou as ações tomadas pelo Governo, desde o ano passado, para garantir o acesso ao crédito e reativar a economia.

 

“O que existe são medidas concretas para motivar o consumidor brasileiro a consumir, o comércio a vender e a indústria a produzir. Isso vai gerar emprego, vai gerar renda”, declarou o presidente.

 

“Precisamos ter tranquilidade, continuar trabalhando com muita seriedade, sabendo que a crise é profunda”, afirmou Lula. Mas também houve espaço para o otimismo que marcou as primeiras declarações do Presidente sobre a crise. “O Brasil continua sendo um país com maiores possibilidades de sair dessa crise muito fortalecido”.

 

Na avaliação do presidente os efeitos da crise foram superestimados no Brasil. “Houve um pânico na sociedade. De tanto se falar de crise e mostrar o que estava acontecendo nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, houve, por parte dos brasileiros, um certo bloqueio na compra de produtos que, em uma situação normal, eles continuariam comprando”, afirmou.

 

Segundo Lula, ao perceber essa tendência, o Governo “tomou todas as medidas necessárias para que a crise fosse amenizada e começássemos a extirpar a crise no Brasil”.

 

O presidente destacou que a primeira atitude foi liberar os depósitos compulsórios para irrigar o mercado de crédito com lastro interno. Aliás, Lula afirmou que a crise atingiu o Brasil principalmente por conta da ausência de crédito no mercado internacional.

 

“Tínhamos 30% do crédito brasileiro tomado em dólares por empresas brasileiras e, de repente, esses dólares desapareceram”, afirmou. O presidente disse torcer para que a crise diminua nos países ricos, argumentando que “se eles estiverem bem, a economia mundial tende a estar melhor”, disse, mas focando o seu discurso no que foi feito internamente.

 

Além da liberação do compulsório, Lula destacou o reforço de R$ 100 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil e a aquisição de 50% do Banco Votorantim também pelo BB.

 

“Colocamos dinheiro para ajudar os bancos pequenos a voltarem a funcionar o setor produtivo, sobretudo o capital de giro, colocamos dinheiro na agricultura brasileira”, disse. Lula destacou a manutenção das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o aumento dos investimentos da Petrobras e o lançamento do programa habitacional que prevê a construção de 1 milhão de novas moradias.

 

Segundo Lula, fatores como o aumento da produção da indústria automobilística em março e o aumento de oferta de crédito pela Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre deste ano são provas do sucesso do plano de aquecimento da economia interna.